DJ Felipe Mar conta como conquistou a amizade e as festas das celebridades

Aos 31 anos, Felipe Mar se tornou o mais requisitado DJ das celebridades. No sábado (26), ele animou a pista do casamento de Camila Queiroz e Klebber Toledo, em Jericoacoara, Ceará. A noiva desceu até o chão ao som de Anitta, cantou com Di Ferrero e subiu ao palco com o marido para cantar "Proibida pra Mim", do Charlie Brown Jr.

"Toco de tudo. Não pode faltar funk, pop nacional e no casamento toquei até axé. No final, todo mundo é ser humano, quer cantar e dançar. A Camila queria se divertir. Acho que o setlist de um casamento é um passeio na memória, mas depende muito das pessoas também, da energia, do que querem ouvir", conta.

No último Réveillon, em Fernando de Noronha, o som de Felipe Mar embalou as festas dos famosos, que lotam o arquipélago no fim do ano. Bruna Marquezine, Neymar, Bruno Gagliasso, Giovanna Ewbank, Fernanda Paes Leme apareceram em vídeos nas redes sociais se acabando no funk, pop e até ao som de "Lua de Cristal", de Xuxa, todas escolhas do DJ.

"Estava uma lua cheia linda, a galera estava numa energia, todo mundo olhando para o céu e resolvi arriscar. Botei 'Lua de Cristal' e foi uma explosão. Fiz uma aposta que poderia ter dado errado, mas deu certo tocar a música porque mexeu com a memória afetiva das pessoas", conta Felipe.

Amigo de Preta Gil, Cleo Pires, Gagliasso, e Giovanna Ewbank, Carol Castro e Joaquim Lopes, Felipe está longe de ser um "playboyzinho" da zona sul carioca que sempre conviveu com a alta sociedade. "A Cleo me adotou. Ela acompanhou toda a minha trajetória e minha primeira turnê na Europa foi ela quem negociou, ela me escuta, me entende. Ela me abraçou não só como uma amiga, como uma irmã mais velha, se preocupa comigo", conta.

Perrengue

Nascido e criado em Vilar dos Teles, em São João do Meriti, na Baixada Fluminense, umas das regiões mais violentas do Rio, ele aprendeu cedo a correr atrás dos seus objetivos.

 Aos 10 anos, perdeu o pai de câncer. A mãe, que sempre foi dona de casa, passou sufoco para dar conta das despesas de casa e dos filhos. O DJ tem mais dois irmãos, pastores evangélicos.

"A gente passou por muito perrengue para poder se reerguer, mas nunca baixamos a cabeça. Poucas pessoas sabem da minha história e ela é a minha base, para sempre ter o pé no chão. Não sou uma pessoa deslumbrada e me entristece quando confundem alguma postura com estrelismo", conta.

"Sou um cara que aprendeu a se defender porque sei de onde vim e sei como foi difícil chegar na zona sul. Não sou menino rico e tenho que me defender de algumas pessoas preconceituosas", explica.

Antes da carreira de DJ, ele estudou moda como bolsista em uma faculdade de Ipanema. Felipe diz que enfrentou muito preconceito, mas não gosta de se fazer de vítima e prefere não se aprofundar no assunto. Como estilista, trabalhou para marcas famosas, como a carioca Farm, Andarella e Agatha.

Festa de Marquezine

Nos últimos três anos, quando resolveu se dedicar exclusivamente à carreira de DJ, muita coisa mudou. Ele tocou nos casamentos de Preta Gil e de Isis Valverde e nas festas de aniversário de Bruna Marquezine e de Marina Ruy Barbosa. Desde o ano passado, ele é empresariado pela CS Eventos, da carioca Carol Sampaio, que produz grandes festas na cidade, como o Baile da Favorita e camarotes na Sapucaí.

Com cachê entre R$ 6.000 e R$ 10 mil, variando de acordo com o evento e tempo de apresentação, ele toca até 15 vezes por mês.

"Me considero muito feliz em tudo o que conquistei por eu ter começado do zero, por eu nunca ter passado a perna em ninguém, tudo é fruto do meu trabalho. As coisas na minha vida acontecem não porque sou ambicioso, mas porque sou ousado. Ainda tem muito mais para eu conquistar. Depois de nove anos, vou conseguir tirar férias pela primeira vez", comemora. Ele está de viagem marcada para a Grécia.

Tudo começou a acontecer na carreira dele em 2013 quando uma amiga que é produtora avisou que o programa "Desencalha", apresentado por Thalita Rebouças no Multishow, precisava de um DJ. Ela o convenceu a enviar um vídeo e ficou surpreso ao ser selecionado.
 
"Não acreditava que ia passar, nunca achei que eu tivesse talento para a TV, sempre me julguei muito. Passei por muita coisa complicada, mas sempre fui muito otimista", explica.

Em seguida, Felipe foi DJ do "Prêmio Multishow de Humor" (2014) e do "Ferdinando Show" (2015).

Após ser convidado para trocar no casamento de Preta Gil, ele ganhou projeção. "Toquei até as 10h da manhã e muita gente me conheceu naquele dia", lembra.

A partir dali, os convites só aumentaram: Felipe tocou no aniversário de Fernanda Paes Leme, Gagliasso e Giovanna Lancelotti. "Esse boca a boca me ajudou bastante. Toco e não fico parado, danço o tempo todo. Essa galera quer uma pessoa de confiança, que vai se divertir, que não vai levar informação ali de dentro. As festas muitas vezes são dentro da casa, então tem que ter confiança, não é qualquer pessoa. Acabei ganhando grandes amigos", explica.

O DJ realmente não entra em detalhes sobre o comportamentos dos seus clientes famosos nas festas e entrega apenas os nomes de três artistas que não podem ficar fora do set list: "Anitta, Ludmilla e Pabllo Vittar."

"É muito legal estar ali no palco, mas não toco só para famosos. Sou profissional, toco desde boates gays a festivais de música e casamentos. O movimento pop no Brasil cresceu muito graças a Anitta, Ludmilla e Pabllo Vittar, são precursores de um movimento. Toco o que a pista manda. A galera gosta do funk, pop, do nacional."

"A Pabllo quebrou todas as barreiras, é tão importante a gente estar vivendo isso. Estamos falando de uma drag queen que hoje em dia é parada de sucesso. Isso é muito bom", completa.