Ator faz "vaivém" em Globo e Record e emplaca quatro novelas em dois anos
Paulo Pacheco
Do UOL, em São Paulo
13/09/2018 04h00
Nos últimos quatro anos, Jandir Ferrari foi da Globo para a Record e da Record para a Globo. Esse "vaivém" gerou um fato inédito e positivo para o ator. Em três décadas de carreira, nunca tinha aparecido tanto na TV como agora. Somente entre 2017 e 2018, emplacou papéis em "O Rico e Lázaro", "A Força do Querer", "Apocalipse" e "Segundo Sol", em que interpretou o juiz que colocou na cadeia Beto Falcão (Emilio Dantas).
O segredo para tantas aparições é a liberdade, segundo o ator. Sem contrato fixo com nenhuma emissora, Jandir, de 53 anos, pode circular à vontade em canais concorrentes e reencontrar antigos colegas de profissão.
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"Vou para lá e vou para cá porque trabalhei com muita gente e acabo revendo as pessoas, como Dennis Carvalho, que dirige 'Segundo Sol'. Acho maravilhoso transitar entre os dois lugares, não só pelas amizades e pelas experiências com vários profissionais dos dois lados, mas pela possibilidade de ter personagens com tons completamente diferentes, de um rei a um malandro e agora um juiz", comemora Jandir Ferrari ao UOL.
Nos últimos dois anos, o ator tem feito na Globo participações de um mês, por obra. Na Record, consegue ficar mais tempo nas novelas. Ele torce para o juiz que condenou Beto Falcão retornar a "Segundo Sol".
"Saio de casa e as pessoas me chamam: 'E aí, juiz!', 'Como você me prende o Beto Falcão?'. As pessoas me lembram por personagens completamente diferentes, de 'Mandacaru', na Manchete, a 'Canavial de Paixões', no SBT. Por isso mesmo faço uma peça em que interpreto logo quatro", brinca.
A peça em questão se chama "Lereias", baseada no livro homônimo de Valdomiro Silveira, um dos precursores do regionalismo. Jandir Ferrari fará três espetáculos no Sesc Pinheiros --o primeiro nesta quinta-feira (13)--, e a partir de outubro em CEUs (Centro Educacional Unificado), na periferia de São Paulo.
"Interpreto um cara que saiu para conhecer o mundo, uma menina que foi estuprada, um trabalhador do campo que matou a mulher e um homem contando um 'causo' de amor", explica o ator, que encara a peça como um retorno às origens de sua cidade natal, Presidente Prudente, interior de São Paulo.