"Nunca me pautei por ter ou não contrato com emissora", diz Danielle Winits
Ana Cora Lima
Do UOL, no Rio
14/10/2018 04h00
Ela fez uma participação em "Totalmente Demais" há dois anos, mas a última personagem com princípio, meio e fim foi Amarilys em "Amor à Vida", de 2013. De lá pra cá, Danielle Winits priorizou o teatro, gravou alguns filmes e fez papeis menores em séries e outras produções na Globo, a sua única casa desde que começou a trabalhar como atriz em 1993, desde o início de 2017, porém, ela não tem mais contrato com a emissora.
"Nunca me pautei por ter ou não contrato. Eu pauto a minha vida pela escolha de ser uma atriz. Sempre trabalhei e trabalho por sobrevivência porque atuar é o meu único ganha-pão. Sinceramente, não existe nada mais interessante do que você ser independente, traçar o seu caminho dentro ou fora de qualquer empresa. Claro que você fica meio sem chão no primeiro momento, mas depois é entender que toda mudança tem um lado positivo."
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Aos 44 anos, ela torce o nariz ao ser lembrada como um símbolo sexual. "Isso é preconceito! É o tempo inteiro essas discussões, esses rótulos, chega a ser um desserviço à cultura. A pessoa é atriz e ponto final. Sou muito grata a todos os personagens que vieram e ainda estão por vir."
Winits também diz nunca ter sofrido assédio. "Não tive essa experiência ruim. Felizmente. A gente sempre ouvia, mas tudo era velado. Ainda bem que hoje não é mais assim e eu acho fantástico. Estamos falando de liberdade de expressão, de coragem e de luta. Sou uma mulher a favor de qualquer movimento, qualquer causa que transforme a sociedade", pontua.
Ela está em cartaz em São Paulo até o final de outubro com a peça "Depois do Amor, um encontro com Marilyn Monroe", sobre o reencontro de Marilyn Monroe e Margot Taylor (interpretada por Karen Coelho) durante as filmagens do último longa da atriz americana, o inacabado "Something's Got to Give" (1962). Dez anos antes, as duas eram amigas, mas a paixão por um mesmo homem as separou.
"É uma reestreia do espetáculo que fiz durante dois anos e foi a última direção da Marília Pera. A peça se passa na década de 60, mas é bem atual porque fala de sofrimento, de amizades, de relacionamentos abusivos, violência moral e psicológica contra a mulher e outras mazelas", conta a atriz, que acabou de rodar o filme "Veneza", de Miguel Falabella, com estreia prevista para o final de 2019. "Uma produção belíssima e será um longa incrível.",completa.
Casada há quase dois anos com André Gonçalves, mãe de dois filhos (Noah, 11, e Guy, de 7), Danielle não descarta a possibilidade de aumentar a prole. "Na verdade, nós temos cinco filhos ao todo, dois meus e três dele. São crianças, são adolescentes e todos eles moram praticamente juntos. O futuro a Deus pertence! No momento, nós estamos focados na carreira, no trabalho, na luta diária. Mas, quem sabe, né?"
Winits ainda deixou escapar que já tem um projeto para voltar à televisão. "Estou guardando a sete chaves".