Morre Gil Gomes, do "Aqui Agora", aos 78 anos em São Paulo
O jornalista e apresentador Gil Gomes morreu nesta terça-feira (16), em São Paulo, aos 78 anos, em decorrência de um câncer.
O ex-repórter do "Aqui e Agora" estava em casa, quando foi encontrado desacordado e levado às pressas ao Hospital São Paulo, que confirmou a morte. A instituição não informou qual o tipo de câncer que acometeu o jornalista.
O enterro será nesta quarta-feira (17) no Cemitério Memorial Vertical de Guarulhos, em São Paulo.
Gil Gomes sofria de mal de Parkinson e passava a maior parte do tempo recluso em casa. Em entrevista ao UOL em 2016, ele falou sobre a doença e como se preparava para voltar à televisão pela TV Ultrafarma, programa que pertencia à rede de farmácias, após mais de dez anos longe da telinha: "Estou com Parkinson. Eu tremo. Parecia impossível voltar".
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Cândido Gil Gomes Jr. nasceu na Mooca, bairro histórico de São Paulo, em 1940. Ele ficou mais conhecido no "Aqui Agora", programa policial popular no SBT na década de 90.
Na atração policial, o jornalista se destacou pelo gestual e sua voz inconfundível.
Ao UOL, ele falou sobre as mudanças na linguagem dos telejornais após o sucesso do programa. Em sua opinião, esse era um reflexo das adaptações que se fizeram necessárias com o "Aqui Agora".
"Não só no 'Jornal Nacional' [que mudou], mas a televisão em geral. Não estou falando do "Aqui Agora" do Gil Gomes, mas do programa mesmo. Teve uma mudança. Os repórteres já aparecem sem gravata, não ficam paradinhos. Já faz tempo que isso começou a acontecer", disse.
Gomes, que pensou em ser médico, começou a carreira como locutor esportivo da Rádio Progresso. Foi na Rádio Marconi que ele passou a fazer reportagens policiais. Na televisão, além do SBT, teve passagens por Record, Gazeta e RedeTV!.
Em nota, a Record TV lamentou a morte do radialista. "Gil Gomes esteve entre os profissionais da Rádio Record em diversas ocasiões. Em 1999, participou como professor na Escolinha do Barulho, na Record TV. "Expressamos nossas condolências aos familiares, amigos e admiradores do trabalho deste profissional que ajudou a escrever a história da televisão brasileira", diz o comunicado.
Prisões e ameaças
Muito antes de comandar o "Aqui Agora", Gil Gomes já fazia jornalismo policial no rádio. Mas sua cobertura não agradava ao regime militar e ele acabou preso mais de 30 vezes, conforme relembrou ao ser entrevistado pelo programa "Sensacional" da RedeTV!.
"Terminava o programa e a viatura da Polícia Federal vinha me buscar. Só que eu era amigo do [político e delegado] Romeu Tuma e sempre saía", contou.
Ameaças também foram uma constante na carreira de Gomes. conforme ele mesmo relatou: "Trabalhava na rádio e recebi um telegrama dizendo que tinha apenas 30 dias de vida. No outro dia, recebi mais um escrito '29 dias de vida', e começou uma contagem regressiva. Quando faltavam 12 dias, mataram meu gato, envenenado. Depois daí, a contagem acabou e não aconteceu nada, mas eu tenho uma mania de valente".
O jornalista também lembrou como ajudou a solucionar um crime no "Aqui Agora". "Mataram uma enfermeira no apartamento dela e o porteiro do prédio jurava que ninguém tinha entrado. A polícia estava investigando quem teria matado e deduzi o seguinte: se ele não tinha como entrar, ele não entrou. Só podia ser alguém do prédio. Apurei, levantei fichas e depois, conversando com um dos moradores, ele me confessou o crime", disse.
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