Greve de professores em novela da Globo estimula ator de 17 anos a votar
Em "O Tempo Não Para", novela das sete da Globo, Lucas (Fhelipe Gomes) está sem aulas há semanas por causa de uma greve dos professores. A trama e a preocupação com o Brasil mobilizaram o intérprete do aluno de escola pública a participar da eleição aos 17 anos, idade em que o voto é facultativo.
"Mesmo não precisando, eu decidi votar, porque o futuro começa com os jovens, e os jovens não estão tendo a oportunidade de ter um futuro. Como é que vai ser? A gente não vai sair do lugar assim. Eu tive essa coragem", conta Fhelipe Gomes ao UOL.
O ator paranaense votou no primeiro turno --"É emocionante, sempre quis apertar aquele botão sozinho"-- e agora se prepara para eleger o governador do Rio de Janeiro, onde mora com a família, e presidente da República. Por exigência da Globo, Fhelipe tirou todos os documentos, inclusive o título de eleitor. Engajado, publicou uma foto com o documento para estimular os fãs.
"Muita gente que me segue não tem título, mas com certeza eles podem ter visto a foto e perguntado aos pais em quem eles irão votar, já causa um debate, uma pesquisa para saber o que o candidato tem a oferecer. Desde pequenos não somos acostumados a falar disso, eram só os mais velhos e agora os jovens porque virou moda", afirma.
O clima, porém, não é de "festa da democracia", e Fhelipe sabe bem disso. A primeira eleição da qual participa está sendo marcada por discussões entre amigos e familiares por causa dos candidatos. Segundo a última pesquisa Datafolha, Jair Bolsonaro (PSL) lidera a corrida presidencial com 56% dos votos válidos, contra 44% de Fernando Haddad (PT).
"O ruim desta eleição é que está fazendo muita inimizade, está dividindo muitas pessoas. Há muita gente em cima do muro também. Vai ser difícil para o Brasil", lamenta.
"Governantes esquecem educação"
Enquanto não estuda na novela, Fhelipe Gomes se prepara para o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), no próximo fim de semana, e para o vestibular --ele quer cursar cinema. O ator se preparou para a greve dos professores assistindo a documentários como "Nunca me Sonharam" (2017) e conversando com fãs que estudam em escolas públicas.
"Estudei em colégio particular a minha vida inteira. Não fazia ideia do que os alunos enfrentam, e também os professores e todo o pessoal que trabalha na rede pública. É uma coisa desumana. Os governantes não dão a atenção que precisam. Parece que a educação só se discute na época de eleição. Quando é eleito, não faz nada, esquece", desabafa.
Nos próximos capítulos, Lucas conseguirá uma bolsa de estudos com a ajuda de Miss Celine (Maria Eduarda de Carvalho), e a trama da paralisação de professores ganhará mais espaço.
"Estão chegando novos capítulos e cada vez mais com a greve dos professores, falando que a nossa família não tem condições, apelando para esse lado mais social mesmo, para as pessoas de casa também ficarem cientes do que está acontecendo no nosso Brasil", explica o ator.
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