Polêmica de Silvio Santos com Claudia Leitte repercute em jornal britânico
A polêmica entre Silvio Santos e Claudia Leitte, que dominou as discussões nas redes sociais nesta semana, ganhou destaque na edição de quinta-feira (15) do "The Guardian". Ao dividir o palco do Teleton com a cantora, no último sábado, o apresentador e dono do SBT se recusou a abraçá-la com a justificativa de que ficaria excitado.
O jornal britânico destaca a importância de Silvio Santos, referindo-se a ele como "um dos mais poderosos magnatas da TV da América do Sul que há décadas é uma figura presente nos televisores brasileiros", e reporta que muitos telespectadores "exigem que ele seja retirado do ar após uma série de comentários impróprios e ofensivos".
A publicação reproduz o trecho da fala de Silvio a Claudia Leitte em que ele comenta a forma como a cantora está vestida, que segundo suas palavras o faz querer procurar "um conforto".
A reputação do apresentador de soltar comentários parecidos também foi lembrada pelo jornal, que chamou atenção para o aumento de 8% no número de casos de estupro entre 2016 e 2017 e para os crimes de violência doméstica.
Para o "The Guardian", o comportamento de Silvio Santos com Claudia Leitte expôs "algumas das falhas sociais do Brasil". O jornal também cita a vitória de Jair Bolsonaro nas eleições presidenciais e a defesa de setores mais conservadores a "um passado mais tradicional".
"A ascensão de Bolsonaro provocou uma reação sincera de brasileiros, que se desesperam com atitudes autoritárias e sexistas", afirma. "Muitos veem Santos como parte da mesma mentalidade machista", analisa o jornal, que entrevistou Jacqueline Pitanguy, socióloga e diretora ONG Cepia, voltada à defesa dos direitos humanos. "É um caso claro de assédio sexual", definiu ela.
O jornal também noticiou que muitos telespectadores ficaram ao lado de Silvio Santos, afirmando que ele estava desempenhando seu papel de entreter. A defesa de Daniela Beyruti, que o chamou de "super pai", também foi mencionada.
Outro fato levado em consideração pelo "The Guardian" foram as campanhas nacionalistas veiculadas recentemente pelo SBT, que resgatou, em uma das peças publicitárias, a frase "Brasil: ame-o ou deixe-o", um dos slogans da ditadura milita (1964-1985). A mensagem acabou sendo retirada do ar.
Entrevistado pelo jornal, o crítico de TV Maurício Stycer, que lançou recentemente o livro biográfico "Topa Tudo por Dinheiro", definiu o anúncio do SBT nos intervalos comerciais da emissora como "chocante". "Ele precisa se atualizar", afirmou Stycer ao "The Guardian".
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