"Não sou feminista, nem machista, sou ser humano", diz Carolina Dieckmann
Aos 40 anos, Carolina Dieckmann é mãe de Davi, 19, fruto do seu relacionamento com Marcos Frota e José, 11, do seu atual casamento com Tiago Worcman, e considera um privilégio os filhos não terem comportamento machista.
"Costumo dizer que não sou feminista nem machista, sou ser humano, pra mim é isso. O exemplo que você dá, não ter esse comportamento em casa, já é uma maneira de seus filhos verem o mundo de uma forma diferente. Já existe uma evolução nas escolas, nas pessoas instruídas, o mundo está mudando há um tempo. Meu filho estudou numa escola menos machista que a minha", contou, nos bastidores de gravação de "O Sétimo Guardião", nos estúdios Globo, no Rio.
"Identifico nos meus filhos zero machismo, mas é um privilégio. Não é algo para se comemorar, ainda tem muita coisa para melhorar. Acho que amor, conversa, exemplo, diria que 70%, porque a gente reproduz coisas sem perceber ", completa.
Assim como o machista Nicolau (Marcelo Serrado), marido de sua personagem Afrodite, Carolina comenta que ainda existem aos montes homens como ele na sociedade. "Outro dia fui botar gasolina e o moço perguntou: 'E aí? Você não vai dar esse filho pro Nicolau?' Achei bonitinho porque aquele cara deve ser casado e se identificou", conta.
A atriz acredita que as pessoas precisam julgar menos e compreender o motivo que fazem alguns homens se comportarem dessa forma.
"Sei que é polêmico esse assunto, mas tem muito a ver com educação. Não podemos cobrar que as pessoas tenham a mesma percepção que a gente, que estudou. Tantos homens viram a mãe apanhar a vida inteira e a violência que tantas famílias vivem, o que ela produz em cada um, é diferente", diz. "Tanta gente não teve [educação e amor]. A gente tem que olhar pro outro com mais generosidade, com menos dedo na cara, com mais empatia."
"Claro que a gente vê pessoas que têm condições, têm percepções e ainda assim acham que mulher é um bicho inferior e tudo isso que o Nicolau acha, mas não é todo mundo", completa.
Ela reconhece que Nicolau erra muitas vezes com seu comportamento machista e homofóbico, que passa por cima dos filhos e da mulher por conta dos desejos dele. "Não está certo, mas não significa que ele seja um monstro", pondera.
"Com toda essa luta que a gente está vivendo, as discussões de feminismo, machismo, precisamos pensar qual maneira vamos lutar, como vamos transformar. Não é na raiva, não é na incompreensão", defende Dieckmann.
Marcelo Serrado aposta que Nicolau vai perder a mulher. "Acho que ela vai largá-lo, e o Nicolau ainda pode ganhar dinheiro com o filho dançarino. Ele é muito preconceituoso, fala que a filha é 'projeto de fanchona', 'Shimbalaiê', ele fala essas coisas engraçadas e o público ri. Tentei criar um tipo engraçado, divertido. É para o público sentir ódio dele, mas tem essa coisa do humor."
Já Dieckmann tem esperança de que Afrodite recupere seu casamento. "A gente não escolhe por quem a gente se apaixona e muitas vezes, já num relacionamento, no amor, você vai tendo filho, construindo uma família, você vai tendo amor pelos frutos que aquela relação dá, o amor vai expandindo", diz.
Após uma briga familiar por Nicolau não aceitar que a filha Diana (Laryssa Ayres) seja lutadora de caratê, Afrodite começa a enfrentar o marido e promete defender mais os desejos dela e dos filhos.
"Conheço muitas mulheres que não estão satisfeitas com o casamento, ou não estão satisfeitas com o que elas fizeram das vidas delas, que muitas vezes já separaram, mas ainda não conseguiram se encontrar. Tem muita particularidade. Espero com a Afrodite ajudar a buscar esse olhar da mulher para ela mesma."
"Não tenho essa barriga"
Marcelo Serrado está todo desconstruído para viver o "chapeiro" de Serro Azul. Descabelado, com a barriga estufada e bem ogro em cena, ele faz questão de destacar que força a barra em cena para ficar mais desleixado.
"Não tenho essa barriga, eu inflo na hora, fico até meio cansado e inventei que estou penteando os cabelos da barriga. O público ama isso, vejo que os câmeras ficam rindo, aí coloco mais. A gente vê que funciona como um personagem popular", conta o ator.
"Comecei a ver que tinha que criar um tipo diferente do que já tinha feito, por causa do Crô e o Aguinaldo também queria me dar um personagem diferente. Ele falou: 'Vou criar um cara que é homofóbico, que não gosta de gay'."
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