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"Eu amarrava blusa na cabeça para sentir meu cabelo liso", conta Gabriela

Gabriela conversa com Hana, Alan e Isabela no lado externo da casa - Reprodução/GloboPlay
Gabriela conversa com Hana, Alan e Isabela no lado externo da casa Imagem: Reprodução/GloboPlay

Caroline Venco

Colaboração para o UOL, em São Paulo

23/01/2019 19h20

Durante a tarde desta quarta-feira (23), Gabriela, Isabella, Alan e Hana conversavam sobre racismo. No bate-papo, Gabriela contou que já sofreu preconceito por ter cabelo crespo:"Eu amarrava blusa na cabeça para sentir meu cabelo liso".  

"Meu amigo tem uma irmãzinha que é negra e ela sempre fala que meu cabelo é lindo porque é liso. Eu falei para ele que o cabelo dela também é lindo. Isso acontece por causa da escola, você tem que se ligar nessas coisas", contou Hana. 

"A Paulinha falou isso esses dias de cabelo ruim, são frases que a gente acostuma a falar, mas não é assim. Na escola, você escuta que seu cabelo é ruim, cresce para cima... Isso porque a pessoa não tem representatividade. Por isso, muitas meninas querem alisar o cabelo", explicou a paulista.

"Antigamente, eu amarrava blusa na cabeça para sentir meu cabelo liso. Mas nunca alisei, pois eu sentia que não era eu. Eu fazia trança só para sentir meu cabelo bater [nas costas]. Hoje, eu faço trança por outros motivos", completou Gabriela. "É difícil sair dessa bolha porque não é normativo, é institucional", alegou Hana.