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Arlindinho sofre ataques de intolerância religiosa: "Dói, magoa, ofende"

Arlindinho sofre ataques de intolerância religiosa nas redes sociais - Reprodução/Instagram/arlindinhooficial
Arlindinho sofre ataques de intolerância religiosa nas redes sociais Imagem: Reprodução/Instagram/arlindinhooficial

Gilvan Marques

Do UOL, em São Paulo

04/02/2019 18h49

Filho do sambista Arlindo Cruz, Arlindinho fez um post na tarde desta segunda-feira (4) relatando ataques de intolerância religiosa nas redes socais. O cantor é adepto do Candomblé, uma das religiões de matriz africana mais praticadas, principalmente no Brasil.

"Lendo alguns comentários preconceituosos e maldosos sobre a minha religião, decidi abraçar esse papo e mandar uma mensagem direta em defesa do nosso povo do bem. Na minha, na sua e em qualquer religião existe o bem e o mal. Amém, axé ou a saudação que quiser", escreveu ele.

Em entrevista ao UOL, por telefone, Arlindinho confirmou os ataques. "Eu já apaguei os comentários, porém já sofri vários. Sofro sempre infelizmente. É complicado demais. Dói, magoa, ofende", desabafou.

Um dos ataques sofridos por Arlindinho ocorrreu em outubro do ano passado, após postar uma foto em que aparecia com símbolos religiosos de matriz africana.

Na legenda, escreveu. "Um domingo de muito axé, prosperidade e caminhos abertos para todos. Sigo com fé e esperança renovada. Motumbá! #euusobranco #afrobrasileiro #candomblé #umbanda".

Nos comentários, um seguidor então o atacou citando o pai, Arlindo Cruz.

"Tá amarrado. Por isso que teu pai está nesse estado rapaz, vai orar a Deus e se libertar desses demônios. Vai orar pelo teu pai, os demônios ainda não levaram teu pai porque a mãe dele é cristã e intercede por ele. #liberte-se #DeusCura".

Questionado se pretende tomar alguma atitude contra essas pessoas, Arlindinho afirma. "Vou conversar com meus advogados e minha mãe para saber o que fazer. Nossa religião sofre há muito tempo. Sei que não vou mudar sozinho, mas preciso ajudar quem já sofreu e ainda sofre, pessoas que já morreram por intolerância", relembra.