Ananda Apple volta a local de acidente com avião após 30 anos e se emociona

A jornalista Ananda Apple revisitou na edição de hoje do "Bom Dia São Paulo" a cobertura que realizou há 30 anos do acidente com um avião cargueiro da Transbrasil em Guarulhos, na Grande São Paulo. Ela retornou ao local da fatalidade e se emocionou ao relembrar da tragédia que matou 25 pessoas.

"Eu tinha chegado para trabalhar na TV Globo SP havia dois meses e meio. Já tinha fobia de avião e me vi naquele cenário de destruição. O cenário era terrível, de dor emocional, angústia das pessoas procurando pelos parentes, amigos. Além dessa dor emocional, tinha um cheiro terrível no ar que era o cheiro de morte, de equipamento queimado penetrante que ficava o dia inteiro na gente", afirmou.

A repórter, que antes de se mudar para São Paulo vivia em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, disse ter se lembrado com dificuldade do cenário do acidente, que aconteceu pouco antes do pouso da aeronave no Aeroporto de Guarulhos.

"O meu cérebro não lembrava mais desse lugar porque era completamente diferente. Tinha um descampado e poucas casas. Não reconheci num primeiro momento, mas meu coração ficava mais apertado a medida que a gente se aproximava do ponto exato que o avião caiu. Eu aprendi que o coração tem uma memória emocional, independentemente do cérebro", disse.

Ananda conversou com moradores que testemunharam o acidente e voltou a se emocionar quando soube de um abacateiro, que já existia na época da tragédia e que resistiu ao tempo. O apresentador Rodrigo Bocardi mostrou imagens da jornalista de três décadas atrás e atualmente.

"Eu tinha 27 anos e nunca tinha vivido uma situação daquela em Porto Alegre. Espero nunca mais ter que cobrir outros tipos de acidentes e nunca mais ter que passar por isso. Se pudesse falar só de coisas boas seria a alegria da vida. Pelo menos das coisas ruins aprendemos com elas. E da crise evoluir para um patamar seguinte", refletiu a repórter.

Questionada por Bocardi sobre o segredo para manter a jovialidade, Ananda sintetizou: "É fazer o que a gente gosta. A gente é feliz assim".