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Rei na Record, ator contesta visão da Bíblia sobre personagem

André Bankoff fará personagem em novela bíblica da Record - Edu Moraes/TV Record
André Bankoff fará personagem em novela bíblica da Record Imagem: Edu Moraes/TV Record

Guilherme Machado

Do UOL, em Paulínia (SP)

16/04/2019 17h11

André Bankoff está de volta à Record. Dessa vez, em uma produção bíblica, a macrossérie "Jezabel". Na trama, ele vive o Rei Acabe, que, segundo a Bíblia, entrou para a história como o "pior rei de Israel" por ceder aos caprichos de sua mulher, a vilã que dá nome à história, vivida por Lidi Lisboa. O ator, porém, contesta essa visão, e enxerga um personagem que vai além da descrição.

"Foi uma pergunta que eu fiz: 'Por que ele foi o pior rei de Israel?' Porque a Bíblia falou. Mas por que a Bíblia falou? Eu defendo muito o Acabe. Ele foi o pior rei porque ele cedeu à vontade de Elias? Na visão terrena dele, ele estava correto, ele acreditava naquilo. Elias fala de uma forma espiritual. As pessoas vão ver uma coisa totalmente diferente do que acham que foi", disse o ator durante o evento de estreia da série hoje, em Paulínia, no interior de São Paulo.

Na trama, o profeta Elias (Iano Salomão) esconjura o monarca por aceitar a entrada de outros deuses em Israel. Para Bankoff, o rei Acabe é uma figura que prega a tolerância entre os povos e religiões.

"O Acabe não é o rei radical, ele respeita a cultura de todos os povos. O Acabe que eu faço é inteligente, estrategista, que faz uma aliança política. Acho que pode trazer para os dias de hoje. A gente vive em uma sociedade totalmente machista, isso tem que ser uma briga constante. Naquela época você tem uma mulher que faz a opinião ser ouvida. Sim, o Acabe é um rei que pratica a tolerância, o respeito", defende.

O ator vive um momento de contrastes. Depois de dar vida a um neonazista na série "Rotas do Ódio", da Universal, um personagem que, segundo ele, "suava ódio", ele se encontra no lugar de um líder que age com tolerância e respeito, algo que, na visão dele, falta aos governantes atuais.

"Faltam governantes que respeitem a sociedade, o povo, que sejam menos corruptos, bandidos, eles tem que trabalhar de terça a sexta. Chegam na quarta e vão embora na quinta. Acho que faltam governantes que tenham vergonha na cara", desabafa ele.