Ator de "Cine Holliúdy" vive nos EUA há 20 anos sem perder "nordestinidade"
Protagonista de três filmes "Cine Holliúdy", um curta em 2004, o longa de 2012 e a parte dois, lançado em março deste ano, o ator cearense Edmilson Filho, de 42 anos, mora há 20 nos Estados Unidos, mas nunca abandonou a "fonte" de sua inspiração para as produções.
"Fico no vai e volta. A ponte aérea da maioria das pessoas aqui é Rio-São Paulo. A minha é Califórnia-Ceará", disse o ator no lançamento da série homônima, que estreia amanhã na Globo.
Antes de se aventurar pelo cinema, Edmilson era atleta de taekwondo e foi o esporte que o levou a deixar o Brasil.
"Já fui da seleção brasileira, ganhei campeonatos e em 1999 recebi proposta para passar uma temporada lutando campeonatos na Califórnia e resolvi passar uns meses lá. Fui com a pretensão de não passar muito tempo e viraram 20 anos", contou Edmilson, que se casou com uma americana e tem duas filhas, de 13 e 10 anos.
Até 2010, o ator se dividiu entre seus trabalhos no cinema e teatro no Brasil e duas academias de artes marciais nos Estados Unidos. Mas, nos últimos nove anos a dedicação é só à carreira artistica.
"Trago espetáculos de teatro de stand-up para cá, faço filmes. Em junho fecho quatro longas. Esse ano produzi, dirigi e acabo de escrever um curta pós-apocalíptico de humor. O mundo acabou e sobrou um cearense", diz, aos risos.
"O mais legal disso é que agora minha cara vai para o Brasil. Sou muito conhecido no Ceará e no Nordeste pelo cinema. Se conta nos dedos quem são os atores que são conhecidos no país só do cinema. Todos vêm da TV e vão para o cinema. Minha história é ao contrário."
Para o ator, essa conexão que mantém com o Brasil e seu Estado é importante para manter sua identidade em outro país.
"Meu sotaque e nordestinidade são as coisas que me restam porque quando se é um imigrante em outro país você meio que deixa de ser um pouco de onde veio e você nunca vai ser de lá. Por mais que tenha aceitação, família, nossas histórias e referências são completamente diferentes dos americanos. Para mim é um orgulho tremendo ser um cara do Ceará que foi para os EUA e que volta para contar suas histórias para o Brasil", orgulha-se.
"Não precisa ser galã"
Edmilson afirma que ele e o parceiro nos filmes, o autor e diretor das produções Halder Gomes, nunca planejaram levar "Cine Holliúdy" para a TV, mas sabiam que o trabalho era bom.
"Começamos com o curta lá atrás, em 2004. Vimos que tínhamos uma coisa preciosa nas mãos. Quando você acredita no seu trabalho vê que vai ter reconhecimento. A série é como se fosse a cerejinha no bolo".
Na produção, em dez episódios, o ator cearense é Francisgleydisson, dono do cinema que, na década de 70, diante da concorrência da TV, começa a fazer seus próprios filmes em "cearensês" para atrair o público. Ele se apaixona e fica com Marylin, personagem de Leticia Colin.
"Serve para meus conterrâneos saberem que o cabra não precisa ser galã, bonito. Ele pode ser o mais engraçado ou que tenha o coração maior. Vai rolar identificação grande porque a Leticia é linda e vai ficar com um cabra como eu, que não é tão lindo, mas conquista o coração dela pela comédia, pelo amor ao cinema e pela determinação."
"Cine Holliúdy" é uma série de Marcio Wilson e Claudio Paiva, baseada no longa-metragem homônimo escrito e dirigido por Halder Golmes. A direção artística é de Patricia Pedrosa e a direção de Halder e Renata Porto D'Ave. A obra de dez episódios conta com participações especiais de Ney Latorraca, Chico Diaz, Miguel Falabella, Ingrid Guimarães, Falcão, Tonico Pereira, Bruno Garcia, Rafael Infante e Rafael Cortez.
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