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"Supla saiu de casa e levou 15 anos para voltar", lembra Marta Suplicy

Marta Suplicy e Daniela Albuquerque - Divulgação/RedeTV!
Marta Suplicy e Daniela Albuquerque Imagem: Divulgação/RedeTV!

Jonathan Pereira

Colaboração para o UOL

17/05/2019 08h07

Marta Suplicy falou de sua experiência conciliando carreira com maternidade no "Sensacional" de ontem. Ela conta que os filhos Supla, André e João, do casamento com Eduardo Suplicy, tiveram que lidar com o clima político em casa, e o mais famoso deles não aguentou, abandonando o lar.

"Como o PT era um partido muito iniciante, as campanhas eram feitas em casa e eles foram muito prejudicados por conta disso. Teve um dia que o Eduardinho, o Supla, disse: 'não aguento mais essa situação, não tenho mais casa. O dia inteiro essa gente aqui'. Falei 'não vai ter mais' e tinha esquecido. Ele acordou no dia seguinte para tomar o café da manhã, tinha um circo armado. Ele fez as malas e se mudou para as casas dos meus pais, levou 15 anos para voltar", revela.

"Ele tinha razão de ir, estava um inferno aquela casa. Eles nunca tiveram nenhuma vontade de entrar na política. Eles têm horror, não gostam mesmo", continua, dizendo que não se culpa pela mãe que foi, em um período no qual boa parte das mulheres ficava em casa cuidando dos filhos.

"É uma escolha, o que eu posso fazer? Às vezes percebo que eu podia ter sido mais presente, estado mais atenta, mas é a vida. Eu tinha escolhido fazer aquilo, não podia ser a mãe que eu via que algumas eram. Não é que eu não podia, eu não queria, preferia fazer outras coisas, como trabalhar. Então gastar minha energia em culpa não dá, né?", avalia.

Marta diz ensinar a geração mais recente de sua família sobre independência feminina. "Eu digo para as minhas netas que o mais importante para a mulher é ter autonomia financeira. Porque teve um dia em que ficou claro para mim, que eu não queria ser igual à minha mãe. Eu a vi pedindo dinheiro ao meu pai para comprar um sapato branco e ele respondeu que ela já tinha. Olhei aquilo e falei: 'Eu, na vida, pedir dinheiro a alguém para comprar um sapato? Nunca'", recorda.