Cheia de Manias é a cara de Maria da Paz, diz cantor do Raça Negra
Maria da Paz tem dois níveis de humor em A Dona do Pedaço: Evidências e Cheia de Manias. Quando está triste ou sofrendo por amor, ouve-se ao fundo o hit de Chitãozinho & Xororó. Se está feliz, a novela toca o clássico do Raça Negra, para alegria do vocalista, Luiz Carlos, que acha a música a cara da boleira interpretada por Juliana Paes na novela das nove da Globo.
"Adoro ver novela. Agora está meio corrido, mas quando posso assisto. [Cheia de Manias] combina [com a Maria da Paz]. Além de ser uma mulher bonita, é uma atriz fora do comum. Ela se veste com o tema da novela. E gosto que [a música] aparece sempre nos momentos mais felizes dela. Nos momentos ruins, bota Chitãozinho e Xororó. Viu, 'Zé de Lima'? Quando é ruim é você! Quando é Cheia de Manias ela fica rindo, sai com o Gianecchini", brinca Luiz Carlos, mandando recado a Durval de Lima, o Xororó.
Luiz Carlos regravou Cheia de Manias especialmente para ser tema de Maria da Paz em A Dona do Pedaço. É um dos maiores sucessos do Raça Negra, principalmente por causa do "Didididididiê". O que pouca gente sabe é que o refrão nasceu na música Somente Você, lançada um ano antes. O vocalista admite que até hoje tem dificuldade para cantar o verso que ele próprio criou.
"O povo cobra e eu também. Se eu falar 'Dig dig', pessoal fala: 'O que é isso? É didididididiê'. Para mim, é difícil também. As pessoas perguntam por que 'didididididiê'. Falta de letra, rapaz! Não tem 'laiá laiá'?", explica, aos risos.
Cheia de Manias "nasceu" na Folha de S.Paulo
Cheia de Manias foi hit do segundo álbum do Raça Negra, lançado em 1992. Mas a música é bem mais antiga e tem forte ligação com a Folha de S.Paulo, jornal do mesmo grupo do UOL. Luiz Carlos trabalhava na empresa quando, na festa da firma, conheceu uma garota que o dispensou no dia seguinte.
"Trabalhei oito anos na Folha. Colava páginas, montava fotos, usava nanquim. Fiz dois anos de jornalismo, mas meu pai morreu e tive que parar. Fiz essa música em 1978, em uma festa de fim de ano do jornal. A menina queria ir ao casamento da minha irmã e tinha que arrumar um motivo: eu. Ela namorou comigo um dia. No outro, fui até a casa dela, eu a vi entrando e perguntei: 'Cadê ela? Fulana está aí?'. 'Não, diz que não está não!' Aí eu: 'Cheia de manias, toda dengosa, menina bonita, sabe que é gostosa, com esse jeito faz o que quer de mim...'", recorda, cantarolando.
Quando está na "fossa", Luiz Carlos confessa que escuta gravações dos primórdios do Raça Negra, formado na Vila Nhocuné (zona leste de São Paulo). O cantor, porém, rejeita o rótulo de "música de corno" e valoriza o choro como uma libertação.
"As pessoas costumam dizer que é música de corno. Não. A música te liberta de muita coisa, porque o choro é igual ao riso. Chorar liberta muita coisa que está guardada dentro da pessoa, como o riso. Quando estou triste, vou lá atrás, no começo do Raça Negra, e volto na fase em que eu ficava na frente da rádio com a fitinha e o cara quase passava por cima de mim. Ao mesmo tempo, me liberta daquelas coisas que eu estava sentindo", afirma.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.