Jogar culpa na outra é passado, diz Iozzi sobre Kim em A Dona do Pedaço
Kim, personagem de Monica Iozzi em A Dona do Pedaço, causa com suas loucuras. A atriz mesma define Kim como "fora da casinha" e "amalucada". Para conquistar Márcio (Anderson Di Rizzi), ela já aprontou todas: se trancou com ele dentro do apartamento, mostrou fotos íntimas dos dois para a namorada dele e está armando um casamento surpresa, sem que o noivo saiba, em cena prevista para ir ao ar na próxima semana.
Iozzi entende que a personagem tem seu desvio de caráter, mas a defende quando apontam que ela roubou Márcio da namorada Sílvia (Lucy Ramos).
"Quem está sendo ruim com a Sílvia não e a Kim, é o Márcio. É claro que ela [Kim] é uma mulher que não tem filtro, tem um caráter volátil. Mas a gente não pode achar que o Márcio é uma vítima da situação. Ele é um homem, adulto, que estava se relacionando com outra mulher e optou, de maneira consciente, por ficar com essa outra mulher que é a Kim. Essa coisa de ficar jogando a culpa na outra mulher, já está muito claro que já passou, que o discurso não é mais esse", diz Iozzi.
A atriz acrescenta, contudo, que não agiria na vida real como Kim e critica a conduta da personagem.
"Mas eu, Monica, vendo essa situação, acho que a Kim não está agindo de maneira correta. Jamais faria nada próximo disso. Defendo minha personagem porque se eu não defendê-la, não vou fazer com verdade, mas discordo completamente da maneira que ela age. Mas ela e a Sílvia acabam se relacionando, não sei para onde vai caminhar essa história", completa.
Iozzi diz que, em se tratando de uma novela de Walcyr Carrasco, tudo é possível e não descarta que o autor faça com que Kim, Márcio e Sílvia formem um "trisal" na novela.
"Não duvido de nada, não estou falando que vai acontecer, mas se acontecer, não vou ficar surpresa. Acho que a Kim já teve muitas reações diferentes do que esperaria, coerência é uma coisa que não está nela."
A atriz admite que teve receio que a personagem fosse rejeitada pelo público por causa de sua obsessão por Márcio, mas diz acreditar que boa parte sente pena dela.
"Quando recebi a Kim fiquei pensando ela é tão excêntrica, tão fora da casinha, mas também queria que o público gostasse. Tinha muito medo que o público implicasse com ela, mas acho que é uma excentricidade que é tão amalucada, que as pessoas sentem uma certa compaixão, sentem empatia por ela", avaliou.
"O resultado foi contrário do que achei que poderia ser. As pessoas abraçaram a Kim, tem muito carinho", contou ela nos bastidores de gravação da novela nos estúdios Globo, no Rio de Janeiro.
Ambiente pesado no CQC
Durante quatro anos, Iozzi foi repórter do CQC, da Band, e fez principalmente a cobertura de pautas políticas. Em 2014, foi para Globo com o desejo de retomar sua carreira de atriz. Ela entrou para o elenco da novela Alto Astral, onde interpretou Scarlett e assumiu o comando do Vídeo Show no ano seguinte ao lado de Otaviano Costa.
"Sempre fui muito assim, de pensar que a gente tem que estar feliz com que a gente está fazendo. Naquele momento, eu era muito feliz no CQC, mas, também chegou um momento que eu comecei a querer outras coisas, era um ambiente pesado."
Monica diz que sentia falta de trabalhar como atriz. "Essa é a minha formação, era nisso que eu trabalhava antes de vir para a televisão. Eu fiz faculdade de artes cênicas, é a minha grande paixão."
O convite para o Vídeo Show surgiu por acaso e Monica topou na hora. "Quando surgiu o Vídeo Show, falei: 'Vamos lá'. Mas também senti que eu ainda precisava atuar e era um programa diário, era ao vivo, não dava para conciliar. Não conseguiria fazer o Vídeo Show e trabalhar como atriz. Isso aconteceu: durante 45 dias eu fazia a novela Alto Astral e apresentava o Vídeo Show."
"Fui muito feliz lá, mas foi realmente uma coisa de sentir, 'poxa vamos aproveitar que deu certo, que está consolidado, que as pessoas gostam e vamos deixar esse trabalho bonito que foi, vamos fechar esse ciclo e começar um novo?'. E a Globo entendeu, como sempre me entende. A minha relação aqui dentro é de respeito, de troca", concluiu.
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