Maestro João Carlos Martins comenta cirurgias: "Acabou a dor, pelo menos"
O maestro João Carlos Martins falou nesta segunda-feira (12), no The Noite, do SBT, que as cirurgias feitas ao longo da carreira não o impediram de reger concertos.
"Foram 24 cirurgias no total. Nas mãos. Nos meus tempos de pianista correndo o mundo, quase 80 países chegava a fazer 21 notas por segundo numa escala. Fui perdendo, tive acidentes periféricos e uma lesão cerebral. Isso foi dando uma dor incrível. Primeiro cortaram os nervos da mão direita e agora cortaram da mão esquerda. Acabou a dor, pelo menos, mas não tenho força nos dedos para tocar piano. Sobraram dois polegares, só, que eu posso usar", desabafa.
"Eu tentei de tudo: fiz operações nos Estados Unidos, tratamento na China, na Europa, na França, fiz operação no cérebro que devolveu para a mão esquerda durante quatro meses os movimentos. Mas eu tenho um problema degenerativo no cérebro que vai causando dor nas mãos. Esse problema acabou na última operação no [Hospital] Sírio Libanês", continua.
Apesar disso, ele nem pensa em se aposentar. "Continuo na regência. Já foram mais de 1600 concertos, por isso vou fazer um concerto chamado 'longevidade', para as pessoas acreditarem em si mesmas depois dos 50, 60 anos. Eu comecei a carreira de maestro aos 64, há 15 anos", conta.
Martins ainda se mantém na ativa. "Falo que já me despedi do piano. Com um polegar ou dois a missão é transmitir emoção para o público... Consegui encontrar na regência minha salvação, salvar a minha vida, praticamente".
Em breve, o maestro começa a turnê "João Carlos Martins in Concert" que contará com a participação de Chitãozinho e Xororó. "Eles cantam três músicas clássicas, depois nós regemos oito sucessos deles, como Fio de Cabelo. Esse concerto tem uma razão: para as pessoas de nariz empinado entenderem a importância da música sertaneja e para o público da música sertaneja saber que tudo vem da música clássica", dispara.
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