Bonner diz: "Hierarquização de notícias ainda é trabalho de jornalistas"
William Bonner comentou a mudança no modelo de produção do Jornal Nacional ao longo dos anos para se adaptar ao jeito com quem as pessoas consomem notícias atualmente. Na semana de comemorações pelo aniversário de 50 anos do telejornal da TV Globo, o editor-chefe falou a respeito para o site do programa.
"Eu sempre dizia que o Jornal Nacional tinha que mostrar todo dia o que de mais importante tinha acontecido no Brasil e no mundo. Para muitos brasileiros, era a primeira fonte de informação do dia. O sujeito passava o dia trabalhando, estudando. À noite, se sentava diante da televisão e ia tomar conhecimento das notícias do dia", disse.
Desde 1996 como apresentador do noticiário, ele citou as mudanças de comportamento dos telespectadores.
"Obviamente, hoje isso não faz mais o menor sentido. As pessoas são bombardeadas o dia inteiro pelas telinhas dos celulares que carregam, de maneira que o JN deixou de ser o primeiro contato com a notícia. Mas continua tendo importância enorme: primeiro porque é um rio caudaloso de informações o dia inteiro bombardeando as pessoas. Alguém precisa organizar isso, filtrar de uma maneira que o mais importante apareça com mais destaque. Essa hierarquização das notícias ainda é trabalho de jornalistas profissionais", avaliou.
"O outro motivo são as fake news, as mensagens falsas que você recebe o dia inteiro. O jornal é uma espécie de porto-seguro, é um local em que você valida aquilo que efetivamente é informação e você separa o que é informação de fake News".
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