Maitê Proença quer ser avó e transformar casa em "centro de resistência"
A atriz Maitê Proença falou sobre envelhecimento e política em uma entrevista ao jornal "O Globo" publicada hoje. Ela manifestou a vontade de transformar sua casa em um centro cultural, a visão negativa das pessoas sobre a velhice e que "está louca para ser avó".
Maitê, de 61 anos, disse que a velhice faz com que as pessoas pensem mais no coletivo e é por isso que quer transformar um de seus apartamentos ao lado do Copacabana Palace em um "centro cultural de resistência". A intenção é ocupar o espaço, que ficou vazio após a saída de sua filha Maria, de 28 anos, que foi morar com o namorado há sete messes.
"Quero fazer um polo de cultura, um centro cultural de resistência. Um lugar para as pessoas ensaiarem e darem uma contribuição para pagar a faxineira, com pré-estreias em que se passe o chapéu", disse. "Coisas que a gente faz na velhice, quando começa a querer fazer mais para o coletivo. Imagina, aos 100 anos, eu ficar uma velha sábia, generosa, com gente criando em volta e cheia de bisneto?".
Ela contou que "está louca para ser avó" e que tem uma boa relação com as duas filhas do "namorido" de Maria.
"Estou louca para ser avó. O namorido da Maria tem duas filhas. A que tem 4 anos é igualzinha a mim. Divertida, aventureira, destemida. A gente vai à praia e ela quer se enfiar na onda. Maria diz que tem mais medo de deixá-la comigo do que com a Isadora, a cachorra. O que é injusto porque a Maria nunca quebrou um osso", disse ao jornal.
Ela também comentou como seus inúmeros papéis sensuais a fizeram ingênua e deixam marcas até hoje, tornando-a um "poço de carência". "Os psicopatas têm atração profunda por mim. Por causa dessa carência. Eu sou um poço de carência. Olha que coisa imbecil de se dizer! Uma mulher adulta de 60 anos de idade falar que ainda está mal resolvida nessa área... Mas é verdade! É uma ilusão achar que você amadurece e se cura. A gente aprende a lidar com quem é, mas o buraco fica".
Comentando sobre preconceito com o envelhecimento, ela lamentou que com a idade as pessoas passam a querer menos a mulher e comentou o episódio envolvendo o presidente Jair Bolsonaro e a primeira-dama francesa Brigitte Macron.
"Essa história com a Brigitte foi preconceito de idade. Na época do Sarkozy [ex-presidente da França] com a Carla Bruni ninguém comentava a diferença de idade [de 13 anos]. Agora, como a mulher é a mais velha... O mundo faz você perceber que agora representa outra coisa, talvez as pessoas te queiram menos".
Ainda no campo da política, ela comentou o episódio recente que se envolveu no qual causou polêmica ao aparecer em um protesto em favor da Amazônia ao lado de artistas que criticavam Bolsonaro. Na época, o episódio gerou discussão, já que seu nome havia sido sugerido para o Ministério do Meio Ambiente. Ela, no entanto, voltou a negar ter votado em Bolsonaro.
"Existe um vazio imenso e irresponsável, um desmonte do que se construiu durante 30 anos por revanchismo com o governo do PT. Hoje, com satélite, dá para ver o desmatamento e multar. Mas o presidente não acredita em satélite. Tá cheio de terra abandonada pelo agronegócio que pode ser reutilizada. Não precisa fazer isso com a Amazônia", falou.
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