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Fernanda Montenegro recria fogueira de livros: "Não se pode proibir nada"

Fernanda Montenegro no Encontro - Reprodução/Globo
Fernanda Montenegro no Encontro Imagem: Reprodução/Globo

Do UOL, em São Paulo

11/10/2019 11h07

Resumo da notícia

  • Após ser chamada de sórdida pelo diretor da Funarte, Roberto Alvim, Fernanda Montenegro defendeu a liberdade de expressão no Encontro
  • A atriz diz que acha que uma junção de fatores gerou tanta polêmica, incluindo a tentativa de proibir um quadrinho com beijo gay na Bienal
  • "Já que aconteceu a conjuminação dos astros, assino embaixo, não se pode proibir nada", afirmou ela, aplaudida fortemente pela plateia

Fernanda Montenegro voltou a falar da polêmica foto em que apareceu como uma feiticeira, pela qual foi chamada de sórdida pelo diretor da Funarte, Roberto Alvim. No Encontro, ela deu entrevista a Fátima Bernardes defendendo a liberdade de expressão e ganhou uma homenagem de famosos, a apoiando, a quem carinhosamente chamou de "feiticeiros". Fernanda foi ao programa de óculos escuros, por conta de uma conjuntivite.

Fátima a questionou sobre a foto que gerou burburinho, e a atriz diz que acha que uma junção de fatores gerou tanta polêmica - incluindo a tentativa de proibição de um quadrinho com beijo entre dois homens na Bienal do Rio.

"Esse convite [para a foto] veio muito antes da crise deste senhor. A Companhia das Letras me perguntou se eu queria fazer há uns dois meses. E teve essa coincidência de coisas", disse ela.

Fernanda diz que tudo aconteceu de forma ocasional e após tudo que aconteceu reiterou sua posição: "Já que aconteceu a conjuminação dos astros, assino embaixo, não se pode proibir nada", afirmou, aplaudida fortemente pela plateia.

A atriz ganhou uma homenagem em vídeo com diversos artistas, como Antonio Fagundes e Bárbara Paz a apoiando. Ela se mostrou emocionada: "Olha, olha quantos feiticeiros".

"Eu creio que a maioria dos brasileiros é pelo livro, é pela liberdade de expressão, é pela sobrevivência do humanismo e da compreensão do outro. Então, vamos por aí", opinou ela, que descreveu o período atual, mais conversador, como "muito esquisito, desumano".

Fernanda e Fátima recriaram a "fogueira de livros" com obras doadas ao programa. "Vamos aceitar as temáticas dos livros, não vamos por censuras nos livros. Aliás, não vamos por censuras na nossa condição humana, não vamos colocar uma posição radicalmente acima de outra. Somos seres humanos com as mesmas falências e os mesmos ganhos", pediu a veterana. "Ainda não estão queimados. Que o fósforo não chegue."