Genu fofoqueira? Saudades Irene? Fãs de Éramos Seis apontam erros e acertos
Que Éramos Seis é um clássico não se discute. E, como todo clássico, tem fãs apaixonados, que estão agora acompanhando a trama apresentada pela Globo, protagonizada por Gloria Pires e Antônio Calloni.
A história escrita por Maria José Dupré (1898-1984) já foi adaptada diversas vezes para a TV, e essa nova versão vem despertando comparações —tanto com a obra escrita quanto com outras novelas, como a famosa edição de 1994, produzida pelo SBT e protagonizada por Irene Ravache e Othon Bastos.
Segundo os fãs de Éramos Seis, quais os erros e acertos da trama da Globo?
A dona de casa Zaine Campos, 64, diz já ter lido o livro "umas dez vezes" e declara estar emocionada com o remake da Globo. "Gosto muito da novela. Claro que muda muita coisa, mas entendo que é necessário. Há grandes artistas e grandes interpretações. Estou amando, tenho prazer em esperar a hora de assistir", analisa. "Na era da internet, se não for uma novela muito boa, que retrata a realidade das pessoas, com certeza não tem audiência."
Ela ressalta, no entanto, que houve mudanças em relação à obra original que não a agradaram. "Dona Genu [Kelzy Ecard] está muito diferente. No livro ela era víuva, mais pobre e mais sofrida. Clotilde [Simone Spoladore] nunca teve um amor. Além disso, tem a morte de Carlos [Danilo Mesquita], que no livro acontece só no final da história."
Já a analista de planejamento, Ângela Pires, 25, diz aprovar as mudanças feitas com relação ao livro. "A novela está ótima, a Ângela Chaves está sendo muito feliz ao adaptar a novela. Temos uma Lola [Gloria Pires] menos submissa, um Júlio [Antonio Calloni] com vários momentos de humanidade e mais emotivo", opina.
Os fãs, no entanto, ainda demonstram muito carinho pela versão feita em 1994 pelo SBT. "Por enquanto, posso dizer que a do SBT foi melhor, mas até o final da versão da Globo talvez mude de ideia. Como eu disse, estou gostando bastante", afirma Ângela.
Já a estudante de técnica de recursos humanos Núbia Aguiar, 30, diz que está decepcionada com a trama atual.
"Sinceramente, estava criando muita expectativa sobre essa versão de agora. A Globo tem recursos ótimos, então pensei que fosse amar. Mas, já na escalação do elenco, comecei a não gostar tanto. Quis assistir para ver se não era só cisma minha e, definitivamente, alguns atores não combinam com a história. A Clotilde atual está muito aquém da de 1994 [interpretada por Jussara Freire], por exemplo, que dava um show de interpretação só no olhar. Também acho que a abertura da novela não tem emoção. Uma história tão linda representada por uma abertura sem graça", critica ela.
Quem também compartilha da opinião de Núbia é o arquiteto de informação Guilherme Leme, 39, que ficou desanimado com a atual versão e não sente a mesma emoção que sentia em 1994, ao acompanhar a trama do SBT.
"A Irene Ravache é a melhor atriz para o papel [de Lola]. Eu acho que a Susana Vieira não é tia Emília, definitivamente ela não tem esse perfil. A Nathalia Timberg tinha muito mais. É uma produção linda, a abertura é linda, mas não tem a valsinha do Chico Buarque. Tem uma coisa muito incrível da novela do SBT e que a Globo não fez: ao final de cada capítulo, um personagem falava com o público. A nova versão não me pegou."
Ele reclama, em particular, da forma como dona Genu tem sido mostrada. "Ela é mais maliciosa, mais venenosa, ela está ali para futricar. Apesar de ela não aparecer tanto [no livro], na visão da dona Lola não é essa pessoa tão dura. É uma pessoa que inclusive ajuda a Lola em um momento muito importante."
Por sua vez, o auxiliar administrativo Rogério Risseto, 30, diz que entende as mudanças do remake e que é natural não agradar a todos em uma adaptação —especialmente em se tratando de uma obra tão famosa.
"É um risco que se corre. Claro que quem viu a última versão de 1994, do SBT, quer comparar com essa versão de 2019. De cara, nota-se que a Lola deixou de ser o centro da trama, e a casa passou a assumir esse papel. Isso fica bem nítido na abertura da novela, onde tudo gira em torno da casa", diz ele.
Kellen Donato, 32, também assistiu à versão de 1994 e está gostando de rever a história. Estou assistindo nas férias —e desde 2011 não acompanhava uma novela. Voltei a assistir justamente por causa da lembrança da infância. O livro eu li também, mas faz muito, muito tempo, não recordo bem. Mas a novela está ótima."
Ela faz, porém, uma ressalva: "A Glória [Pires] está muito bem, mas, na minha opinião, a Irene [Ravache] era um espetáculo".
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