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Tabu? Após cantar sobre xana, Gaby Amarantos não recebe convites para TV

Gaby Amarantos nos bastidores do clipe Xanalá - Reprodução/Instagram
Gaby Amarantos nos bastidores do clipe Xanalá Imagem: Reprodução/Instagram

Marcela Ribeiro

Do UOL, no Rio

31/10/2019 04h00

Recuperada após um tombo durante um show em Belém esse mês, Gaby Amarantos está orgulhosa de Xanalá, parceria com Duda Beat que lançou no início do mês que fala abertamente do órgão sexual feminino e seus apelidos carinhosos. Mas apesar das 600 mil visualizações já alcançadas pelo clipe, a cantora acredita que o tema a tem afastado da TV.

"O Brasil precisa desse protagonismo da xana. Da gente falar da raba, mas falar da xana também. A gente precisa falar do prazer feminino. Xanalá é uma música de prazer. Por que esse assunto é tão tabu ainda na nossa sociedade?", questionou ela no tapete vermelho do Prêmio Multishow, em que apresentou, ao lado de Seu Jorge, uma versão do clássico La Vie en Rose.

"Nenhum programa de TV me chamou para cantar Xanalá. A gente tem que acabar com esse tabu. Estamos falando do nosso prazer de uma forma divertida, poética, com um clipe lindo para as mulheres se olharem e falarem: 'Essa aqui é a minha xana, a minha é aquela outra ali'. Se sentir representada".

"Morde minha nuca, vem por trás que meu xibiu já está no fervo", canta Gaby em um trecho. Em uma das cenas do clipe, ela usa um vestido com vários formatos de vagina estampado, além de acessórios na cabeça e até unhas inspiradas nas "xanas". A artista paraense acredita que, assim como acontece com alguns funks, exista uma censura na TV por causa da letra de Xanalá.

"Como tem essa questão de ter um palavrãozinho, tem a questão de horário. Acho uma hipocrisia estranha que tem no nosso país. A música está super bem colocada, mas se tem um palavrãozinho na música, a TV não chama. O funk também sofre com isso", observa.

gaby amarantos - Reprodução/Instagram - Reprodução/Instagram
Gaby Amarantos
Imagem: Reprodução/Instagram
"A nossa música não está falando de pornografia, está falando de uma questão importante. Espero poder levar essa música cada vez mais longe para que todo mundo possa entender que o prazer feminino é importante. Gozar é importante", completa.

Enquanto não recebe convites para TV, Gaby usa e abusa do Instagram para falar abertamente sobre o assunto. Com mais de 700 mil seguidores, ela postou muitas imagens dos bastidores do clipe, adora postar fotos do seu corpo sem retoques para que as mulheres se sintam representadas e levanta algumas questões sobre temas sexuais na rede social.

"Bota a Xanalá no sol kiridã! Quem já ouviu a música aprendeu que no Pará xarque é vagina, e no nordeste se diz xibiu, né Duda Beat? Mas existem vários nomes e eu quero aprender todxs. Como você chama a sua larissinha? Ela tem apelido especial? Como chamam na sua cidade? Me conta aê...", perguntou ela no Instagram.

"Xiri", "pataca" e "bacuri" foram algumas das respostas dos seguidores que Gaby curtiu.

"Vejo muito a galera falando de como a gente tem que sentar, como a gente tem que rebolar. Mas ainda tem pouca mulher falando como é que a gente quer sentar e rebolar. Principalmente falar do nosso prazer, isso não pode mais ser tabu na sociedade".

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Tombo e bateção de cabelo

Gaby diz já estar completamente recuperada e prontíssima para bater mais cabelo após o tombo no palco. Contagiada pela vibe do show, a artista continuou cantando, mesmo após bater a cabeça em uma mesa durante apresentação, o que resultou em alguns pontos.

"Estou ótima. Acho que foi muito mais assustador para quem viu do que pra mim, que não senti dor nenhuma e me diverti. Continuo louca, batendo o cabelo do mesmo jeito, já estou até treinando com as bichas. Vou para Nova York para encontrar com umas gays que vão me ensinar a bater o cabelo, porque elas são minhas grandes inspirações", contou.