Atriz volta às novelas como mãe de Isis e relembra "bruxa" de Chiquititas
Vinte anos após ser chamada de "bruxa fedida" em Chiquititas, Magali Biff está de volta às novelas. Pela primeira vez, a atriz veterana conquista um papel fixo em uma trama das nove da Globo, após várias pontas e participações especiais. Ela estreou ontem em Amor de Mãe como Nicete, mãe de Genilson (Paulo Gabriel) e Betina (Isis Valverde).
Logo em sua primeira cena, Nicete recebeu a notícia de que o filho sofreu um grave acidente e está entre a vida e a morte. Para a atriz, a cena a emocionou antes, durante e depois da gravação.
"Receber uma notícia de que talvez seu filho tenha morrido não é possível fazer de uma maneira técnica. Percebi que no trabalho da Manuela [Dias, autora de Amor de Mãe] e do [José Luiz] Villamarim [diretor] você não pode ficar imune e deve sentir tudo aquilo de fato. Terminei a cena e estava completamente envolvida. Meu corpo tinha passado de fato por todas aquelas emoções", explica Magali Biff ao UOL.
Mãe de 87 anos inspira atriz
Dona de casa e mãe de dois filhos, Nicete tem uma estrutura familiar semelhante à de Jandira, mãe de Magali Biff. Aos 87 anos, ela é fã número 1 da filha e já se tornou telespectadora assídua de Amor de Mãe. A atriz levou para a personagem todo o carinho materno que recebe até hoje.
"Quando o primeiro capítulo acabou, ela me ligou: 'Nossa, a novela vai ser linda, me emocionei'. Até hoje faz bolo nos nossos aniversários e fala comovente: 'Vocês são os amores da minha vida'. Esse jeito de ser da minha mãe é o amor que falamos na novela. Ela é o melhor exemplo e uma grande inspiração para eu fazer essa mãe. Se eu tivesse um filho agora, eu queria ser a mãe que ela é para mim", elogia.
A presença materna em sua vida ajuda Magali a sentir na ficção um amor de mãe que ela só manifesta pelos três sobrinhos na vida real. A atriz de 60 anos escolheu não ter filhos.
"Pensei em ser mãe mesmo sem casar, escolheria um pai e teria um filho. Eu ia para o teatro e ficava olhando para os meus amigos atores. 'Quem poderia ser o pai?'. Meus pais apoiaram e se propuseram a ajudar a criá-lo, mas achei muito abusivo de minha parte. Viajo muito como atriz, em partes do ano há menos trabalho. Por essa perspectiva de ter meus pais criando meu filho, optei por não ter", justifica.
Magali já domina a arte de ser "mãe coruja" de seus filhos na ficção e elogia Paulo Gabriel e Isis Valverde.
"Quando olho para a Isis e para o Paulo, penso: 'Nossa, eles podem ser meus filhos completamente'. Quando tiramos fotos para provar figurino, achei o Paulo muito parecido comigo. A Isis é uma atriz fabulosa e que domina completamente a linguagem da televisão, e nem por isso deixa de ser uma atriz acessível e generosa para contracenar. Ela deixou muito à vontade e me acolheu, é meu primeiro papel fixo em novela [da Globo]".
Convidada pelo diretor geral de Amor de Mãe, José Luiz Villamarim, Magali Biff volta às novelas após dez anos, quando interpretou uma presidiária em A Favorita.
Chiquititas
Nos últimos três anos, ela emendou papéis de destaque no cinema, mas seu carro-chefe marcou a infância de quem viveu os anos 90. Ela interpretou Ernestina, governanta rabugenta do orfanato Raio de Luz, e sua gêmea má, Matilde.
"Até hoje as pessoas me param na rua, tem gente que me reconhece pela voz, outras pelo sorriso. É muito saber que fiz parte da infância de muita gente. Eu gosto, me divirto", comemora a atriz, que dividia a raiva das crianças da novela com Carmen, dona do orfanato. As duas eram chamadas de bruxas e até se fantasiaram para um clipe.
"Eu me divertia quando me xingavam, porque quer dizer que a historinha dava certo", brinca. Magali lembra que tomava cuidado para não machucar de verdade os atores mirins da trama, gravada na Argentina e exibida pelo SBT em 1997.
"Na Argentina, eram mais realistas. Colocaram no roteiro que a Matilde iria serrar as crianças. Pedi ao diretor para tirar isso e não fizemos. Achei um pouco violento e sugestivo demais passar um serrote no bracinho da criança", recorda.
"Não a via desde a novela, há 22 anos. Foi incrível, a gente se abraçou e começou a chorar. Convivemos diariamente durante um ano e meio, e ela depois escreveu que naquele segundo em que nos abraçamos veio toda a memória da infância", conta.
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