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Enterro de Gugu vira programa de auditório com Liminhas, gritos e celulares

Paulo Pacheco

Do UOL, em São Paulo

29/11/2019 16h25

O enterro de Gugu Liberato, na tarde desta sexta, mais pareceu um de seus programas de auditório. Durante algumas horas, o cemitério Gethsêmani se transformou em um estúdio de TV, com direito a "Liminhas" pedindo aplausos e gritos da plateia emocionada.

Trazido pelo Corpo de Bombeiros, o caixão de Gugu chegou às 11h15, após mais de 24 horas de velório na Assembleia Legislativa de São Paulo. Centenas de fãs e moradores do bairro (Vila Sônia) se aglomeraram na praça em frente ao cemitério com os celulares à mão.

Fotos, vídeos e até transmissões ao vivo. O celular transformou o enterro de um homem discreto em sua vida particular num show semelhante ao que ele apresentou na TV. Apesar das críticas de famosos como Marina Ruy Barbosa, que disse não entender a razão para fotografar um velório, o público fez questão de registrar o último adeus ao apresentador, que já transmitiu partos, casamentos e enterros na televisão.

A assessoria preparou o enterro para receber um grande público, pela importância do apresentador. Grades protegiam a família da imprensa e dos fãs, que se apertaram em frente ao túmulo. O público gritava para Rose Miriam, viúva do apresentador, os filhos e a mãe, Maria do Céu como se eles fossem o Menudo no Viva a Noite. Eles eram os convidados especiais para a última plateia de Gugu.

Rose correspondeu aos afagos mandando coraçõezinhos e sinais de reza aos fãs de seu companheiro durante 18 anos. Em uma cadeira de rodas, Maria do Céu acenou quando ouviu seu nome ser gritado pelos presentes.

"Ei, Gugu, já disse que te amo hoje?", cantaram os espectadores, lembrando a homenagem ao apresentador exibida no Canta Comigo, seu último programa na Record. Três fãs que estavam do lado interno da grade de proteção. Eles inflamaram a plateia como Liminha fazia no Sabadão e no Domingo Legal. O enterro, enfim, ganhou ares de programa de auditório.

"Queria que fosse alegre como nos programas dele. Até sugeri 'É o Gugu, oba!', mas não acharam bom. Eu animei a última plateia do meu ídolo", confidenciou um dos fãs, que prefere não se identificar.

Até o padre da família, Osmar Alves, se impressionou com o calor do público durante o sepultamento e aprovou a festa que Gugu proporcionou pela última vez.

"Quem somos nós para dizer: 'Povo, fique quieto, não batam palmas'. Gugu era a expressão da alegria, da felicidade, da diversão. Era o amigo da família da gente, o irmão que queria ter dentro de casa e chegava no final de semana", disse ele.