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Marido de Thelma quer final com Babu e contesta amizade de Marcela

Thelma - Reprodução/Instagram
Thelma Imagem: Reprodução/Instagram

Marcela Ribeiro

Do UOL, no Rio

19/03/2020 04h00

Thelma tem tido uma função importante no "BBB 20". Ela é a participante que se relaciona melhor com todos e forma uma "ponte" entre a "comunidade hippie" e os isolados Babu e Prior. Marido da médica, o fotógrafo Denis Santos contou ao UOL com quem quer que ela vá para a final.

"Gostaria que o Babu fosse na final com ela e a Rafa também, ela é sensacional, o jeito que ela e a Manu trataram a Thelma não tem nem explicação, fiquei até emocionado", conta.

"A Marcela não é amiga da Thelma"

Thelma e Marcela são próximas desde o início do programa, mas a relação das duas deu uma estremecida após a entrada de Daniel no programa. Denis não considera verdadeira a amizade da loira com a mulher, até porque ela tirou Thelma do pódio na segunda vez que Leifert perguntou com quem ela queria ir para a final do "BBB".

Thelma conversa com Marcela na área externa - Reprodução/Globoplay - Reprodução/Globoplay
Thelma conversa com Marcela na área externa
Imagem: Reprodução/Globoplay

"Ali ninguém pode levantar a bandeira da amizade, é colega e tem afinidade. A Marcela não é amiga da Thelma e deu pra perceber isso quando ela tirou ela do pódio ou quando ela fica do lado do Daniel. Se fosse para escolher o Daniel e a Thelma, ela escolheria o Daniel".

"A Thelma gosta das meninas que não gostam muito dela na minha opinião. Estou torcendo para ela ficar do lado do Babu, da Rafa e se afastar do grupo. Mas para o jogo está sendo ótimo porque ela tem aliados do grupão e o Babu não vota nela. Ela se identifica com o Babu. Com o Prior, ela conversa com ele nas festas, mas já voltou nele".

As sisters se incomodam com a aproximação de Thelma com Babu, mas os dois têm mais em comum do que elas imaginam. "Ela tem essa afinidade com o Babu, está na cara a negritude, eles têm algo em comum que é a cor da pele e a história de superação. Só sendo negro para se identificar e perceber as aflições um do outro. Eles se identificam por causa disso. Se tivesse outra negra, ela ia se identificar também".

Thelma no dia do seu casamento com Denis Santos em 2016 - Arquivo pessoal - Arquivo pessoal
Thelma no dia do seu casamento com Denis Santos em 2016
Imagem: Arquivo pessoal

Luz cortada

Negra da periferia, Thelma conseguiu se formar em Medicina há oito anos na base do sacrifício. Assim que terminou o Ensino Médio, ela entrou para um cursinho pré-vestibular pago pela mãe com dificuldades. Dona Iara, mãe de Thelma, já teve a luz de casa cortada certa vez por ter optado pagar a mensalidade do cursinho da filha adotiva, que foi entregue para ela com um mês de vida, "com fome e suja".

"Ela é guerreira, não é fácil, ela foi abandonada, ralou para conseguir uma bolsa para fazer curso e estudar medicina. Imagina uma menina da periferia conseguir uma bolsa para estudar Medicina? Muita gente falou que ela não conseguiria, porque Medicina é para quem tem dinheiro, falavam para ela virar técnica de enfermagem, mas ela não desistiu".

Thelma em sua formatura de Medicina - Arquivo pessoal - Arquivo pessoal
Thelma em sua formatura de Medicina
Imagem: Arquivo pessoal

Depois de três tentativas frustradas, Thelma tentou pela quarta vez fazer a prova do vestibular, sem criar grandes expectativas desta vez.

"No primeiro ano do Prouni, ela tentou novamente. Ela tinha uma prova e tinha ido numa balada no dia anterior, estava de ressaca, quase não foi, mas a mãe dela obrigou a ir e ela conseguiu passar. Depois ganhou bolsa de 100% na faculdade de medicina".

Apesar da alegria e realização por conseguir uma bolsa de 100% em uma faculdade que na ocasião tinha uma mensalidade de cerca de R$ 5 mil, Thelma enfrentou novamente dificuldades. Ela recebia uma ajuda de custo mensal de apenas R$ 300 para arcar com despesas de moradia em outra cidade, alimentação e material.

"Com R$ 200 ela dividia o aluguel de um apartamento com amigas. E o resto? Quem ajudava era a mãe, eu também quando conheci ela no 3o ano. No desespero, ela já entregou panfleto e ficava o dia inteiro para ganhar R$ 50 e chegou a vender cerveja com amigas na república da faculdade. Livros de Medicina são caros, ela nunca comprou porque não tinha dinheiro, virou rata de biblioteca e ficou os seis anos tirando xerox".

Do almoço de R$ 1 ao café em Paris

Com pouca grana para alimentação, Thelma almoçava muitas vezes no restaurante popular do governo com alimentação a R$ 1.

"Ela comia no Bom Prato, tinha um do lado da faculdade e toda hora ela ia lá. Esse restaurante é mais pra quem está desempregado, morador de rua. Ela passou muita dificuldade, ganhava essa bolsa de R$ 300, mas não dá, não tem como viver em outra cidade e comer e morar com isso. E quando pagava em dia, né? Quantas vezes o governo não atrasou e ela ficava desesperada porque tinha que pagar o aluguel", lembra.

Assim que se formou, Thelma pôde realizar vários sonhos com seus primeiros salários. Além de comprar um celular top de linha, comprou presentes para toda a família no primeiro Natal e fez algumas viagens.

Thelma realizou um dos seus sonhos ao viajar para Paris com a mãe - Arquivo pessoal - Arquivo pessoal
Thelma realizou um dos seus sonhos ao viajar para Paris com a mãe
Imagem: Arquivo pessoal

"Ela faz de tudo para a mãe dela, que é aposesntada. Dá uma mesada, paga o aluguel no mesmo prédio que o nosso e as contas: seguro de vida, plano de saúde. Ela não junta dinheiro porque a gente vive viajando. A viagem top dela foi conhecer Paris e Vaticano com a mãe. Lá ela comeu croissant, passeou bastante, conheceu o papa. Outra viagem que fiz com ela foi para a África do Sul, um sonho".

A médica também fez questão de ajudar o marido. Denis trabalhava como mecânico quando os dois se conheceram e fez um curso de fotografia para se profissionalizar.

"Ela não esquece de onde ela veio, isso dá um senso de realidade. Até uns anos atrás, a gente comprava iogurte e bolacha recheada e ia para a praça comer porque a gente não tinha dinheiro nem para ir ao cinema. Alguns anos depois, ela está em Paris, tomando um café perto da Torre Eiffel com a mãe. Ela não é arrogante, sabe de onde ela veio. A gente não é rico, nossa família é toda humilde. Esse R$ 1,5 milhão se vier será para somar, cabe no bolso de qualquer um igual o Babu fala".