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Valesca Popozuda fala da emoção por Catra em live: 'Sinto a presença dele'

Valesca Popozuda - Instagram/Reprodução
Valesca Popozuda Imagem: Instagram/Reprodução

Daniel Palomares

Do UOL, em São Paulo

08/04/2020 12h00

Resumo da notícia

  • Valesca Popozuda fez sucesso com sua live de funk proibidão no último fim de semana
  • A funkeira se emocionou ao cantar um de seus sucessos com Mr. Catra e relembra com carinho da amizade de longa data com o cantor falecido em 2018
  • Para depois da quarentena, Valesca pretende voltar ao estúdio para gravar novas músicas e lançar um novo EP

Em tempos de quarentena e isolamento social pelo novo coronavírus, já virou tendência entre os artistas a realização de lives no Instagram e em outras redes sociais com apresentações improvisadas para os fãs. Mesmo com superproduções de nomes como Jorge e Mateus e Xand Avião, quem realmente roubou a cena no último fim de semana foi Valesca Popozuda.

A cantora apostou no básico: colocou o celular para gravar dentro de casa, pregou alguns quadros para decorar a parede, caprichou no look e na maquiagem e relembrou os funks proibidões dos tempos da Gaiola das Popozudas para mais de 200 mil pessoas que a acompanharam ao vivo.

Um momento em especial viralizou nas redes sociais. Ao som de "Mama", hit de Valesca com Mr. Catra, morto em 2018, a funkeira acabou não segurando a emoção e caindo no choro, ainda que a letra da música falasse sobre sexo oral.

Em papo com o UOL, Valesca comenta a repercussão de sua live, que inclusive ganhará uma segunda edição no próximo sábado (11), e relembra a amizade com Catra.

"Não esperava essa repercussão. Fiz uma coisa simples, até porque não tenho como produzir um cenário, trazer um DJ... Só peguei uma caixinha de som e me joguei. Me diverti muito, foi feito com muito amor. O importante é isso: levar entretenimento para todo o mundo", festeja Valesca.

A funkeira conta que a ideia de uma live relembrando os antigos sucessos da Gaiola foi sugestão de seus fãs mais antigos. O resultado deu tão certo que Valesca diz que agora recebe mensagens no Instagram de pessoas que criaram uma conta na rede apenas para poder acompanhar as próximas apresentações dela. "Fiquei muito feliz vendo a galera louca, cantando e dançando", comemora. "Mas aviso que minha live é só para maiores de 18 anos. Se a Xuxa é só para baixinhos, aqui é Valesca para altinhos", brinca a funkeira.

Amizade com Catra

Enquanto as pessoas nas redes sociais se divertiram ao ver Valesca em prantos com um proibidão tocando ao fundo, ela garante que a emoção que sentiu foi genuína. A amizade com Catra vinha de longa data e, hoje, a cantora relembra o amigo com carinho.

"A gente tinha uma conexão muito grande. Ele que estendeu as mãos para mim, lá atrás, na época da Gaiola. Me levava para fazer shows com ele", conta. "Ele sempre se preocupou muito comigo. Se eu ficasse um mês sem falar com ele, já me procurava", lembra Valesca.

"Muita gente até achava que eu era uma das várias mulheres que ele tinha!", revela. "Mas eu sou muito ciumenta, e ele gostava do harém. Não combinaria nunca", admite.

Segundo a funkeira, não é a primeira vez que ela se emociona ao som de "Mama", a música mais famosa dos dois.

Nos shows, a galera se emociona comigo, porque lembro de um homem que representa muita gente. É muito difícil não me emocionar. Sinto ele presente, meu coração dispara, quase sai pela boca. Sinto a presença dele me dando luz.

Quarentena

Pouco antes de alguns estados brasileiros decretarem a quarentena, Valesca tinha viajado para os Estados Unidos, que hoje se tornou o epicentro da pandemia. Sem sintomas do coronavírus, no entanto, a funkeira passa os dias de isolamento na casa da mãe, na zona norte do Rio.

"Não deixo minha mãe ir para a rua, ela é do grupo de risco, tem diabetes, estava em tratamento de câncer de mama, mas precisou adiar a cirurgia que seria feita logo depois do Carnaval", explica. "Estou tomando todos os cuidados. Para passar o tempo, arrumo a casa, faço comida, vejo TV. Tem dias em que a gente acorda para baixo, bem deprê, parece que nada está mudando", admite.

A cantora se preocupa com colegas que atuam no ramo de shows e agora não têm possibilidade de trabalhar. "Tenho recebido muitas mensagens de iluminadores, de técnicos de som que já estão passando necessidade. Sem trabalhar, ninguém recebe. Eu sei que temos que ficar em casa, mas nem todo o mundo pode", lamenta.

A cabeça começa a fervilhar. Não consigo dormir, fico a mil, troco o dia pela noite. Acho que já devo ter engordado uns quatro quilos, estou comendo muito.

Quando o período de isolamento social acabar, Valesca pretende voltar ao estúdio para gravar novas músicas. Ela já precisou adiar a gravação e o lançamento de "Furduncinho", seu mais recente single, por causa da pandemia.

"Eu não tenho investidor, gravadora, nada. Tudo sai do meu bolso. Resolvi guardar esse dinheiro que gastaria no clipe para investir nos próximos. Minha ideia é trabalhar muito quando tudo isso acabar. Tive que adiar os planos depois da viagem. A primeira coisa que eu quero fazer é seguir com a minha carreira", torce.