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Paulo Cintura vai a protesto e muda bordão: 'Bolsonaro é o que interessa'

Paulo Cintura e Bolsonaro - Reprodução/Twitter
Paulo Cintura e Bolsonaro Imagem: Reprodução/Twitter

Do UOL, em São Paulo

04/05/2020 09h38Atualizada em 04/05/2020 11h27

O humorista Paulo Cesar Rocha esteve entre os participantes de uma manifestação realizada ontem em Brasília em defesa do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O ato, entre outras bandeiras, pedia o fechamento do Congresso e do STF, o que é inconstitucional.

Conhecido pelo personagem Paulo Cintura - inclusive seu Twitter oficial é com a alcunha que levava na Escolinha do Professor Raimundo, da TV Globo -, o ator tietou o governante no Palácio do Planalto e até fez um trocadilho com seu principal bordão, trocando o famoso "Saúde é o que interessa" por "Bolsonaro é o que interessa".

Paulo Cintura esteve no grupo de pessoas que foram à rampa do Palácio do Planalto. Em um vídeo que viralizou no Twitter, ele aparece indo à grade que separava a rampa do restante dos apoiadores do protesto: "Bolsonaro é o que interessa, o resto não tem pressa", grita ele.

Logo no início do vídeo, Paulo aparece ao lado de Bolsonaro, que sorri. "Festa maravilhosa aqui em Brasília. Nosso presidente, Jair Messias Bolsonaro... Eu vou ali naquela bagunça, olha lá", diz ele, se aproximando da grade com os participantes do protesto. "Esse aqui é o exército do Bolsonaro".

Na manhã de hoje, o vídeo do perfil de Paulo Cintura já chegava a 1,2 milhão de visualizações.

Paulo aparece sempre sem máscara - contrariando as recomendações do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde - e fez outros vídeos mostrando sua chegada a Brasília e os entornos do protesto.

O protesto

O presidente realizou uma live em frente ao Palácio do Planalto na manhã de ontem, na qual, enquanto acenava a apoiadores aglomerados em frente ao local, disse que não vai mais admitir interferência em seu Governo. Ele ainda afirmou que "cumprirá a constituição a qualquer preço" e que as "Forças Armadas estão com o povo" em meio a manifestações em Brasília contra ministros do STF e o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM). Houve reações da direita e da esquerda.

"Queremos a independência verdadeiras dos 3 poderes, não só uma letra da constituição. Chega de interferência. Não vamos mais admitir interferência, acabou a paciência. Vamos levar esse Brasil para frente", disse.

fotógrafo - Foto: Ueslei Marcelino/Reuters - Foto: Ueslei Marcelino/Reuters
O fotógrafo Dida Sampaio, do jornal O Estado de São Paulo, é agredido por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro
Imagem: Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

Ontem, durante manifestações a favor do presidente, dois profissionais do jornal O Estado de S. Paulo foram agredidos. Segundo o relato, o fotógrafo Dida Sampaio foi empurrado duas vezes por manifestantes, que desferiram chutes e murros nele. Já o motorista do jornal Marcos Pereira foi agredido fisicamente com uma rasteira.

O incidente gerou reação de diversos setores da sociedade. Ministros do STF que se manifestaram disseram que agressão a jornalistas ofende a Constituição e democracia. Já o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, o Brasil luta contra coronavírus e vírus do extremismo.