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Zezé Motta questiona dia da abolição: 'É mesmo uma data a ser comemorada?'

Atriz explicou que sem reparação, a abolição trouxe mazelas sociais - Divulgação/Raquel Cunha/Globo
Atriz explicou que sem reparação, a abolição trouxe mazelas sociais Imagem: Divulgação/Raquel Cunha/Globo

Do UOL, em São Paulo

13/05/2020 14h57Atualizada em 13/05/2020 15h03

A atriz e cantora Zezé Motta usou seu perfil no Instagram para refletir sobre comemorar o dia 13 de maio — data em que a princesa Isabel assinou a Lei Áurea abolindo a escravidão no Brasil. "A princesa e seu feito são reverenciados nos livros escolares de história e a data, Dia da Abolição da Escravatura, foi instituída no calendário oficial como algo a ser comemorado. Mas para o movimento negro não há o que festejar", escreveu.

A atriz explicou, na legenda de uma foto sua atuando, que a abolição veio após momentos de luta dos negros, como a Revolta dos Malês. Mas eles não receberam nenhum tipo de reparação histórica que dessem condições de uma vida incluída na sociedade.

"Muitos permaneceram na própria fazenda onde trabalhavam como escravos por não ter para onde ir, outros largados à própria sorte passaram a ser marginalizados e discriminados, dando início às mazelas que combatemos até hoje: discriminação, pobreza, falta de oportunidades e de trabalho decente para a população negra", explicou Zezé, que perdeu a mãe recentemente.

Mais cedo, em outra publicação, Zezé afirmou que hoje seria um dia apenas para "homenagear estas entidades que representam velhos negros e negras, espíritos de antepassados" que "voltam à terra para ajudar as pessoas, e são muito queridos pelos fiéis", fazendo referência aos pretos velhos, figuras presentes em religiões de matriz africana.