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Selton Mello sobre 'Lisbela e o Prisioneiro': 'Faz bem ao coração'

Selton Mello em cena do filme "Lisbela e o Priosioneiro" - Divulgação
Selton Mello em cena do filme "Lisbela e o Priosioneiro" Imagem: Divulgação

Do UOL, em São Paulo

16/05/2020 04h00

Selton Mello diz que está perto de completar 60 dias em quarentena "sem ir nem na esquina". E hoje, em casa, celebra a exibição do filme "Lisbela e o Prisioneiro" na TV Globo, na volta do "Sessão de Sábado". "Esse filme é lindo. É um dos filmes que eu mais me orgulho de ter feito. Ele é lírico, engraçado, comovente. Tem todos os elementos de um grande filme."

Mello revela lembranças das filmagens do longa, lançado em 2003, fala de seus companheiros de elenco e da parceria com o diretor Guel Arras. Além disso, conta como têm sido seus dias em quarentena. "Se não tivesse a cultura, a gente estava perdido. O que está entretendo a gente neste isolamento é a literatura, o audiovisual, o cinema, o streaming."

"Lisbela e o Prisioneiro" vai ao ar depois do "Jornal Hoje".

Leia, abaixo, a entrevista.

O filme "Lisbela e o Prisioneiro" é uma comédia romântica. Como você acha que a história pode ser vista neste momento de isolamento social?

Esse filme é lindo. É um dos filmes que eu mais me orgulho de ter feito. Ele é lírico, engraçado, comovente. Tem todos os elementos de um grande filme. Um elenco incrível. A gente teve a oportunidade de fazer um pouco no teatro antes, fizemos algumas apresentações antes. Foi uma experiência rara na minha carreira, porque eu pude testar as piadas do Leléu com o público. Quando a gente foi filmar, eu sabia o jeito certo de fazer a piada porque eu já tinha testado de várias formas.

Esse filme é eterno, é lindo e faz bem para o coração.

O seu personagem, o Leléu, é um trambiqueiro viajante. Quais foram as cenas do filme que mais te marcaram, as que mais gostou de fazer?

Era um personagem fascinante. Muita coisa me marcou, muita coisa linda. Aquela cena linda com a música do Caetano ["Você Não me Ensinou a te Esquecer"], dele se declarando e dizendo que a Lisbela é a bandeira brasileira. A Débora Falabella fez um trabalho incrível, aquela Lisbela sonhadora. Houve também as cenas impagáveis com o Tadeu Melo. E a honra de ter, mais uma vez, trabalhado com o Marco Nanini.

Débora Falabella no filme "Lisbela e o Prisioneiro" - Divulgação - Divulgação
Débora Falabella como Lisbela
Imagem: Divulgação
Quais as lembranças mais fortes que você tem dos bastidores das filmagens? Tem alguma história curiosa ou engraçada de que se lembre?

As lembranças são as melhores. Era um grande time, uma equipe fabulosa. Para acontecer um filme, existe uma equipe gigante —que agora está desempregada porque o cinema parou. Precisamos valorizar os técnicos e eu saúdo todos os técnicos de "Lisbela e o Prisioneiro". Eu acho que a sequência do boi foi engraçada. É claro que teve dublê, então teve parte que eu estava só com uma cabeça de madeira. Eu lembro que era uma sequência difícil de fazer, porque foi no meio de uma praça. Foi incrível.

Você tem uma parceria de sucesso com o Guel Arraes. Além de "Lisbela e o Prisioneiro", já trabalharam juntos em "O Auto da Compadecida", "A Mulher Invisível" e "Caramuru". Como é a troca com o diretor?

O Guel está no topo da lista dos diretores mais importantes da minha vida. Nós fizemos juntos o Chico e o Leléu. O Guel é fundamental. Ele já filma sabendo como vai montar e é muito ágil. A gente se deu muito bem, e eu virei uma especie de alter ego dele, eu era o protagonista dos filmes dele e isso é uma honra enorme. O Guel me inspira. Ele é o cara por trás de "Armação Ilimitada", "TV Pirata". Ser o ator preferido para trabalhar com o Guel era uma honra e tanto. A gente trabalhava em dupla de uma forma muito impressionante, ligeira e criativa.

Selton Mello - Neto Ponte/Divulgação - Neto Ponte/Divulgação
Selton Mello diz que está completando quase dois meses de isolamento
Imagem: Neto Ponte/Divulgação
O isolamento social e a necessidade de se manter dentro de casa mostraram, mais uma vez, o quanto a cultura, em suas mais diversas formas, é essencial. Como está sendo o seu isolamento e qual o papel do cinema neste momento para você?

Eu estou beirando os 60 dias dentro de casa, sem ir nem na esquina. E isso é fundamental, ajuda o próximo. Se não tivesse a cultura, a gente estava perdido. O que está entretendo a gente neste isolamento é a literatura, o audiovisual, o cinema, o streaming. Falando pessoalmente, neste momento do isolamento, eu tenho visto menos filmes e séries e tenho lido muito mais. Aliás, se existe uma curiosidade de saber o que eu estou lendo, estou lendo um dos livros mais importantes já feitos na literatura portuguesa, que é "Um Defeito de Cor", um livro impressionante, uma obra-prima. Que bom que existe a cultura para alargar a nossa imaginação, a nossa criatividade, nos entreter, nos emocionar e trazer reflexão.