Glória Maria relembra tumor e morte da mãe: 'A vida me pegou de jeito'
Glória Maria foi a primeira convidada da nova temporada do Conversa com Bial, que estreou nesta madrugada na Rede Globo. No programa realizado por videoconferência, com apresentador e entrevistada em suas casas por causa do distanciamento social para combater o coronavírus, a repórter falou do tumor no cérebro que descobriu recentemente, da morte da mãe e sobre o governo.
"Meu Deus, que ano impensável é esse em que estamos vivendo. E a vida me pegou de jeito", disse Glória, que em novembro de 2019 descobriu um tumor no cérebro e foi submetida a cirurgia. "Estava eu em casa, me senti mal depois de um jantar e caí. Fui ao hospital costurar a cabeça e, quando me deram o resultado do exame, tinha dado que eu estava com um tumor no cérebro. Foi como um caminhão passando por cima de mim", relembrou.
Hoje, a apresentadora de 70 anos se encontra bem de saúde e concluindo a reta final do tratamento. "Graças a Deus eu escapei mais uma vez e já estou terminando a imunoterapia. Como eu sobrevivi, não sei, é só Deus quem sabe", celebrou ela.
Se já não bastasse o tamanho do susto que levou, a vida lhe deu outra rasteira. Sua mãe, Edna Matta, de 89 anos, faleceu repentinamente enquanto Glória estava em tratamento.
"Na véspera do Carnaval, a minha mãe passou mal devido a uma insuficiência respiratória, que eu não sei se já era o coronavírus, e, no meio do caminho para o Hospital Pró-Cardíaco, ela morreu", relembrou a jornalista. "Alguma coisa está acontecendo na minha vida que é muito mais que a pandemia. Está acontecendo tudo ao mesmo tempo", lamentou com a voz trêmula.
"Eu não sei se vou ter forças para mais alguma coisa, mas até agora eu estou legal e estou inteira", afirmou a jornalista. "Na verdade, acho que tudo isso foi uma bênção. Deus me concedeu a graça de ter mais um pedaço de uma vida para conhecer. E, tem outra, do lugar em que a minha mãe está agora, ela pode me ver. Ela sabe de tudo o que está acontecendo comigo e pode me proteger", disse.
Atuando como repórter nos principais programas da Rede Globo desde a década de 1970, inclusive, tendo noticiado e acompanhado de perto a época da ditadura militar, Glória foi questionada sobre o modo como o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tem tratado a imprensa brasileira.
"Mesmo na ditadura, se um presidente mandasse você calar a boca, o que você responderia?", perguntou Bial, se referindo ao recente episódio desferido pelo atual presidente da República aos jornalistas no Palácio da Alvorada.
"Eu não me calaria nunca. Eu diria para ele: 'Vamos conversar, vamos falar juntos. Eu pergunto e você responde", declarou Glória em tom indignado com o que anda presenciando em relação ao governo. "Às vezes eu penso que não é possível que estou vivendo para ver e ouvir isso tudo. Vai além de qualquer imaginação. Política, para mim, é uma coisa de nível tão alto e o que estou vendo agora é de uma tristeza...Graças a Deus não cubro mais política, porque eu já teria apanhado ou teria batido, com certeza".
O Conversa com o Bial vai ao ar de segunda a sexta-feira após o Jornal da Globo.
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