Emicida critica quebra no isolamento: 'Meu vizinho fez 4 festas esse mês'
Durante o Papo de Segunda de ontem, na GNT, Emicida explicou porque a quebra no distanciamento social para conter o coronavírus vem acontecendo nas quebradas. No entanto, segundo o rapper, o desrespeito à medida nas áreas periféricas ainda é menor do que em bairros nobres.
"Tem tido uma irresponsabilidade grande nas quebradas, sim, mas é bem menor do que a irresponsabilidade dos burgueses", disse ele comparando a desobediência à quarentena de quem vive na periferia e em bairros de classe média e alta.
"Sabe, eu não moro mais na quebrada e tenho um vizinho que já deu quatro festas só nesse mês. A impressão que eu tenho é que ele comemora a cada vez que a gente alcança três mil mortos", desabafou o cantor e apresentador.
Para Emicida, a situação do isolamento social na periferia é bastante complicada, embora seja necessário: "Uma coisa é você querer ficar em casa [para se proteger], e outra é poder ficar em casa. São duas coisas muito distantes".
"Que condições essas pessoas têm para ficar em casa? Não é que elas estão ouvindo as pessoas dizerem para ficarem em casa e estão entendendo outra coisa. Elas estão entendo, sim, mas estão dentro de um contexto onde, por exemplo, a casa do menino João Pedro tomou 70 e tantos tiros", disse ele, mostrando que nas áreas pobres do Brasil ninguém está seguro, nem mesmo dentro do lar.
"Não poder parar, para não morrer de fome, acaba incentivando quem não quer parar por vários motivos, e desses motivos vários são bastante fúteis, tá ligado?", concluiu explicando o porque pessoas têm quebrado o isolamento nas periferias.
Neste domingo, o estado de São Paulo registrou 55% de taxa de isolamento e a capital paulista teve 57%. No dia 3 de maio, o distanciamento social alcançou 58% na cidade, maior pico até o momento. Atualmente, o Brasil já registrou 23.473 mortos por Covid-19.
O Papo de Segunda é exibido às segundas-feiras, às 22h30, no canal GNT.
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