Pedro Bial diz que vivemos 'violência anárquica' inspirada pelo governo
Convidado do "Papo de Segunda" de ontem, na GNT, Pedro Bial falou sobre os ataques que vêm sendo executados contra a imprensa brasileira através dos apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), e disse que vivemos em uma época de "violência anárquica", tão perigosa quanto a da ditadura militar.
"Continuo muito preocupado com a segurança física dos repórteres e profissionais da imprensa brasileira, seja onde estejam, porque o nível de agressividade estimulado pelas autoridades e pelo presidente está muito fora de controle", afirmou Bial.
Na semana passada, alguns veículos de imprensa, entre eles UOL, Folha de S.Paulo, Grupo Globo, Metrópoles e TV Band, suspenderam temporariamente a cobertura diária no Palácio da Alvorada por falta de segurança após jornalistas serem ofendidos e ameaçados por seguidores do presidente Bolsonaro.
"Aquilo não podia continuar, porque além de dar palco para o presidente se exibir para a sua claque que ficava ali do lado, era perigoso, instável e criava uma situação ameaçadora [para os jornalistas]", completou o apresentador do programa "Conversa com Bial".
Bial, que cobriu eventos durante a ditadura militar, comparou aquela época com a que vivemos hoje: "Na ditadura havia um mínimo de organização. O jornalista podia não apanhar, ele ia preso, torturado ou morto. Mas, havia agentes do estado, ou agentes de um estado paralelo, que faziam esse trabalho sujo. Agora não, é uma violência anárquica, e há uma liderança, sem dúvida, simbólica e inspiradora que é o presidente".
"Estamos longe de definir o governo atual como uma ditadura. Ainda vivemos em uma democracia, mas com evidentes desejos de solapar essa democracia por parte de algumas autoridades, e mesmo isso é confuso e não tem uma clareza", afirmou Bial. "Onde as coisas não estão visíveis, tudo fica mais tenso e mais perigoso", concluiu.
O "Papo de Segunda" é exibido às segundas-feiras, às 22h30, no canal GNT.
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