Topo

Aline Midlej "perde o ar" com caso Miguel: e se fosse filho de autoridade?

Aline Midlej, âncoras da GloboNews - Divulgação/GloboNews
Aline Midlej, âncoras da GloboNews Imagem: Divulgação/GloboNews

Do UOL, em São Paulo

05/06/2020 12h11

A apresentadora Aline Midlej se emocionou hoje ao ver o relato de Mirtes Renata Souza, mãe do menino Miguel Otávio Santana da Silva, de cinco anos, que morreu ao cair do 9º andar de um prédio no Recife.

"A gente que tem perdido tanto o ar por tantas violações, eu perdi o ar mais uma vez com a fala dessa mãe", disse a apresentadora.

Na sequência, Aline Midlej entrevistou o presidente da OAB-PE, Bruno Baptista, e aproveitou para fazer uma pergunta que ela própria classificou como "subjetiva".

"Vou te fazer uma pergunta que é difícil, ela é meio subjetiva, mas acho que ela é fundamental e deve ser sim servir de ponto de partida do que a gente pode falar sobre justiça no Brasil. Se essa criança fosse filha, filho de uma autoridade, de um prefeito, pertencesse à classe média alta abastada da capital pernambucana, o tratamento seria diferente, ela (a acusada) seria enquadrada por crime culposo, pagado a fiança e saído pela porta de frente?", questionou.

Miguel acompanhava a mãe no trabalho. Mirtes era funcionária do prefeito do município de Tamandaré (PE), Sérgio Hacker (PSB), e sua mulher, Sarí Mariana Gaspar da Corte Real. A patroa da mãe da criança estava responsável pelo garoto quando o acidente aconteceu.

A acusada foi detida suspeita de homicídio culposo (sem intenção de matar), pagou fiança e responderá em liberdade.

Em sua resposta, Bruno Baptista explicou que existe a possibilidade de a acusada responder por dolo eventual, que em linha geral significa verificar a previsão de um resultado morte para o ato, mas que existem leituras diferentes no Direito.

"Inicialmente houve essa configuração de crime culposo, mas acreditamos que nenhuma linha deve ser desprezada. E sempre preservado o interesse da sociedade que esse caso seja demonstrado o que efetivamente aconteceu e que o culpado ou os culpados, com o devido contraditório e ampla defesa, tenham a devida punição" , disse

Veja a repercussão no Twitter: