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Japinha do CPM 22 fala de conversa vazada com menor: 'Não vejo maldade'

Japinha, da banda CPM 22 - Cláudio Augusto/Brazil News
Japinha, da banda CPM 22 Imagem: Cláudio Augusto/Brazil News

Daniel Palomares

Do UOL, em São Paulo

10/06/2020 11h38

Prints de uma conversa de 2012 entre Japinha, baterista do CPM 22, na época com 38 anos, e uma fã da banda de 16 anos vazaram em um perfil do Twitter, o Exposed Emo, na noite de ontem. Hoje, o grupo anunciou seu afastamento.

Na interação entre os dois, é possível notar um clima de xaveco, Japinha chegou a falar que gostaria de conhecer a garota, perguntando sua idade e até falando sobre virgindade. Em entrevista ao UOL, o músico confirmou que a conversa realmente aconteceu, mas não vê maldade em seu conteúdo.

Nunca cheguei a conhecer essa pessoa. Nem lembro dela, para ser sincero, mas a menina deveria ser bonita. A conversa não teve uma conotação maldosa. Nunca faltei com respeito com ninguém. Teve um clima de descontração, de combinarmos de nos encontrar. Fluiu de forma agradável

O baterista conta que é comum que menores de idade e até mulheres casadas se aproximem dele e de outros membros da banda, mas esse tipo de contato é sempre evitado.

"Já cheguei a pedir RG para fãs, muitas enganavam a idade. Você tem que ter esse discernimento porque corre o risco de se prejudicar. Por mais que haja consentimento, não é visto com bons olhos", admite Japinha. "Mas o Marcelo Camelo começou a namorar a Mallu (Magalhães) quando ela tinha 15 anos. O Caetano é casado com uma mulher que era menor de idade quando se conheceram. Com consentimento, não há crime".

Diante da repercussão do caso, Japinha admite que gostaria de não ter tido a conversa com a garota, mas considera um exagero as proporções que a conversa tomou. "Eu, sinceramente, não vejo maldade. Mas se pudesse não ter tido essa conversa, não teria. Tem uma das minhas falas que eu peço para ela procurar a banda se ela quisesse. Nunca encostei ou beijei uma mulher sem ela querer. Não forcei", pontua.

E a questão de ser menor de idade e continuar conversando? Fui falando como se fosse alguém maior de idade. Era uma clima leve, educado, os dois se divertindo. Foi algo normal como com todos os fãs. Mas é mais fácil dizer que o Japinha tentou levar uma menor para a cama mentindo a idade

A menina que trocou mensagens com ele não o procurou depois do vazamento dos prints, mas Japinha espera que ela entre em contato. "Adoraria que essa menina voltasse a falar comigo. Se eu tivesse conversado cinco minutos com ela, nada disso teria acontecido. Infelizmente, ela preferiu divulgar prints".

Não sei se foi para chamar atenção ou para ser maldosa. Eu nem brigaria com ela, só falaria a real: não precisava ter feito isso, não te assediei moralmente, você riu e disse que ia me procurar depois. Se tivesse rolado uma tentativa de sexo ou estupro, ela teria me processado lá atrás, não falado agora.

Japinha vem acompanhando os comentários sobre o caso e acredita que a maioria das pessoas consegue perceber que tudo não passou de uma brincadeira. "Sabem que foi um exagero. A quarentena está fazendo com que as pessoas se concentrem em qualquer fogueira que surge na internet. O cancelamento está na moda", opina.

O músico revela que, conversando com os outros membros da banda, todos acharam melhor que ele se pronunciasse sobre o caso. A própria banda também publicou um comunicado sobre o acontecido. "Os meninos me pediram para falar alguma coisa, para os fãs entenderem o nosso lado. Se eu já conversei com tantas fãs ao longo da carreira e ninguém reclamou ou processou, está tudo bem. Tenho consciência que os fãs me adoram".

Na tarde de hoje, o CPM 22 anunciou o afastamento do baterista: "Após os últimos acontecimentos, decidimos pelo afastamento do nosso baterista, Ricardo Japinha, reafirmando nossa posição de não compactuar com atitudes desrespeitosas com quem quer que seja. A banda continua", comunicou a banda, no Twitter.

Advogados já foram acionados para lidar com o caso. Japinha diz que não queria entrar em uma batalha judicial, mas se as acusações continuarem, pretende processar as pessoas que o difamaram.

Isso gera uma onda violenta de ataques. Começou a ficar um negócio muito chato. Me acusaram de crimes que não cometi. As provas são claras. Quem é do bem, como eu, não gosta de ter que ficar se expondo e indo à justiça. A única forma é processar essas pessoas por calúnia e difamação. Não quero dinheiro. Quero acabar com esse diz que me diz. Tenho pais, tenho filha, pago minhas contas. Sei que a verdade vai se estabelecer

Japinha espera que, com a ajuda dos advogados, consiga controlar a situação. "Não queria, mas tive que procurar um advogado. Tenho que me proteger legalmente. Se essa história não parar, preciso tomar essa atitude. É legal poder falar a verdade, especialmente para a imprensa. Se a justiça tiver que ser acionada para as pessoas pararem de falar, será feito", conclui.

Saudades de fazer um show, né, meu filho...

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