Bruno Mazzeo e mulher sujam casa e passam perrengue para gravar série

Quem vê a vida dos famosos nas redes sociais durante a quarentena, nem imagina que eles também estão sujeitos a perrengues durante o "home office". Como, por exemplo, gravar uma série em casa com dois filhos pequenos.

Pois foi exatamente esse o desafio que o ator Bruno Mazzeo e sua mulher, a diretora Joana Jabace, toparam. Hoje estreia no Globoplay a série "Diário de um Confinado", escrita por Bruno e dirigida por Joana, tudo dentro da casa do casal. O seriado conta trajetória de Murilo, um homem solteiro que precisa lutar para não surtar enquanto está de quarentena graças à pandemia do novo coronavírus (que já nem é mais tão novo assim).

Em entrevista coletiva, o casal conta que também precisou manter a compostura para não surtar dentro do próprio lar.

O Bruno ainda escrevia cenas super complexas de se realizar. Eu falava: 'Por que você escreveu isso se a gente vai ter que fazer? Olha o trabalho! 'Murilo lavando frutas na banheira'. Aí lavava as frutas, melava tudo, caia tudo no chão. 'Murilo quebrando ovos no chão da cozinha'.

Joana inclusive brinca que teve vontade de desistir do projeto várias vezes:

Se o nosso casamento passou por isso, a gente passa por qualquer coisa! Todo dia dava vontade de falar 'não vai dar!'. O trabalho é uma fatia da nossa vida, mas tem uma hora em que o set termina e você vai para casa viver outra coisa. Nesse projeto isso não acontecia! O trabalho não acabava, era tudo ali!

Também não ajudou muito o fato de os dois filhos pequenos do casal, José e Francisco, de três anos, não terem curtido muito o processo.

Eu achava que eles iam amar as filmagens, que ia ser divertidíssimo. Mas eles odiaram. Odiaram! Eles tinham que ficar em silêncio na própria casa, perderam o cantinho deles. - Bruno Mazzeo sobre como seus filhos lidaram com as gravações

Realização

O seriado, que também chegará à TV aberta no dia 4 de julho, tenta trazer humor em um período conturbado de ansiedade, analisando o dia a dia de um publicitário de classe média que definitivamente não está sabendo lidar com o isolamento social.

"Ele passa por todos os momentos. Tem um episódio que ele está na paranoia de ter contraído coronavírus, então ele fica neurótico. Tem outro em que ele está empenhado a aprender a cozinhar. Em mais um episódio, ele está carente porque não tem namorada. Acho que são bem diversas as situações que o personagem atravessa", relata Joana.

É fácil se identificar, né?

A série, que conta com participações especiais de atrizes como Débora Bloch, Fernanda Torres e Renata Sorrah, gravadas remotamente e em segurança, foi inspirado nas vivências do próprio casal e em conversas que eles tiveram com amigos.

Não daria nem tempo de pesquisar. A gente conversou com amigos, um contando uma coisa, outro contando outra. Imediatamente depois eu montei uma equipe e a gente conversava muito entre a gente e com a Joana. Claro que cada um traz suas experiências e as experiências que ouve, então tudo é autobiográfico Bruno Mazzeo sobre a preparação para a série

Joana também vê esse projeto como um embrião de formas de se repensar a arte.

Tem filmes que se passam todos dentro de um apartamento! Com um bom conteúdo você faz o que quiser. Essa questão do artista se reinventar e conseguir criar coisas a partir de um impedimento sempre foi uma ideia. Mas acho que ter feito a série dá um aprendizado da prática, diferente dessa ideia teórica.