'Papo de Segunda' vira 'Bem, Amigos', e Casagrande ataca volta de futebol
O "Papo de Segunda", do GNT, ontem poderia muito bem se chamar "Bem, Amigos". Um dos motivos a presença de Walter Casagrande, ex-jogador e comentarista da Globo. Com isso, um dos assuntos abordados foi o futebol. Brincadeira a parte, o programa falou sobre outros temas, mas foi nesse que Emicida e Casagrande deram opiniões fortes sobre o retorno da modalidade.
Veja os melhores momentos do programa:
Agir como se está tudo certo é uma grande irresponsabilidade assassina. - Emicida
"Fico triste quando vejo instituições sérias que movem muita gente, como do futebol, agindo com irresponsabilidade como se vivessem a parte do que é a sociedade do Brasil, a sociedade está desesperada. Quem protesta falando para voltar as ruas está fazendo de máscara. O medo alcançou todos os extremos", falou Emicida.
A energia do país é uma energia tensa. Nunca eu vi tantas mortes assim em um mesmo lugar, fora as outras pelo mundo. - Casagrande
"Em relação ao futebol, sou contra há muito tempo, desde começo da pandemia. Já morreram quase 60 mil pessoas. Número de infectados está aumentando, Belo Horizonte voltou atrás. Quando o Flamengo jogou Campeonato Carioca, eu fiz o Troca de Passe depois do jogo. Eles jogaram no Maracanã ao lado do hospital de campanha que tinha morrido duas pessoas. Fiquei pensando e falei no programa, que gol é esse? Vitória do que? Vai comemorar o que? Futebol em momento como esse não faz sentido, ninguém está comemorando nada. Centenas de famílias espalhadas pelo Brasil que estão com a dor de um ente querido que não conseguiram enterrar e se despedir. Outro tanto com medo de perder parente na UTI", complementou o ex-jogador.
Gripezinha venceu
Mais um grande deboche dessa roleta russa que chamamos de democracia brasileira
"Além dos problemas urgentes que estão sendo gerado pela pandemia, logo menos a gente vai começar a lidar com a sensação de estar sendo trouxa. Vai começar a ver as pessoas simplesmente agir como se não tivesse acontecendo nada. Mundo voltando a normalidade, sem qualquer indício animador de controle do contágio, sem eminência de vacina. Simplesmente ignorando mais uma causa mortis, igual a gente ignora um monte", falou o cantor.
"Infelizmente, eu acho que esse país perdeu qualquer chance de combater a covid-19 de uma maneira séria. Em muito por uma coisa que o Casa falou, ninguém espalhou tanta desinformação sobre essa doença como governo federal. Politizou uma discussão que nunca deveria ser política. Quase 60 mil mortos, no estado em que eu moro reabrindo comércio, sem ter nenhuma vitória para comemorar. O discurso da gripezinha venceu, por mais que tenha muita gente desesperado, cortando cidade num ônibus lotado. Isso não está movendo as pessoas para fazer reflexão no nível que a reflexão tinha de acontecer. Mais pobres desesperado tentando se proteger e quem tem algum dinheiro, a plaboyzada fazendo festa 'covid free', artista fazendo live convidando gente para fazer exame na porta", completou Emicida.
Geração da perfeição
"Expor suas fraquezas não é da gente, a gente está acostumado, nunca conheci alguém que tivesse levado porrada. Estamos acostumados a vitórias. Ninguém conta que brochou, só que transou com não sei quem. Isso vai fabricando geração doente atrás do perfeccionismo que não existe. Logo uma frustração da saída do armário das suas fraquezas. É a geração que mais usa remédio ansiolítico contra depressão, essa geração da perfeição", disse João Vicente.
Falar de amor
"Quando você assume que é impotente perante a droga, fala quando é apaixonado por ela. Amor não vê gênero, não tem raça, não tem gênero, não tem classe social. É uma das coisas mais democráticas do ser humano. Amor é amor. Não ama um grupo de pessoas assim. Se ama de verdade, ama a todos. Assim que me sinto, tenho amor para todos. Claro que tem lado sentimental, romântico, lado amoroso, seu amor desperta pouco mais de alguém, porque está encantado pela pessoa. Base do amor é para todo mundo e é isso", disse Casagrande.
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