Zeca Pagodinho revela tristeza profunda na quarentena: "que vida é essa?"
A pandemia do coronavírus tem deixado Zeca Pagodinho abatido. No "Conversa com Bial" desta madrugada, na Rede Globo, o sambista se mostrou desanimado, dizendo-se com saudade da rua e dos shows, e revelou que está tendo crise de inspiração.
"Esse ano eu fiz umas quatro músicas. Para quem fazia quatro por dia, isso é bem pouco", desabafou Zeca sobre o rendimento para compor durante a quarentena. "Tem dia que acordo muito triste. Eu moro em frente ao mar e não vejo mais ninguém na rua, mais nada, está tudo parado", disse.
Completando 100 dias em isolamento social, o cantor continuou: "Rapaz, eu nem sei que dia é hoje. Não sei se é quinta, sexta, sábado ou domingo, tem dia que não sei de nada. Eu gostava de sair todos os dias, de ir na gravadora, no salão e está esquisito o bagulho".
Indignado, ele perguntou: "Que vida é essa, Bial? Eu gosto da rua, do botequim, da conversa fiada, do partido alto, da favela. Estou louco para cantar o meu samba e ver os meus amigos. Tenho saudade dos shows, dos aplausos e dos sorrisos. Eu fico esperando acordar um dia e alguém me dizer: 'Acabou'".
Sobre a rotina na quarentena, Zeca disse que tem assistido a muitas novelas na televisão e chegou a ler o próprio livro, "Zeca: Deixa o Samba Me Levar", escrito por Leonardo Bruno e Jane Barboza. "Outro dia eu li o meu próprio livro, que eu nunca tinha lido", revelou ele, que está em casa com as duas filhas e o neto.
Outra saudade de Zeca é poder beber uma cervejinha no bar. "Hoje até sonhei que estava tomando uma cerveja em Xerém [em Duque de Caxias]", exclamou ele, que toma uma gelada todos os dias após rezar uma Ave Maria no final da tarde.
A próxima live do sambista está marcada para acontecer em 9 de agosto, no Dia dos Pais. "Até lá vou enlouquecer", brincou ele em tom humorado.
O "Conversa com o Bial" vai ao ar de segunda a sexta-feira após o Jornal da Globo.
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