Betty Faria anda decepcionada com o país: 'Eu desconheço esse Brasil'
Betty Faria, a eterna "Tieta", está muito triste com o momento crítico do Brasil, causado por divergências e consequências da política, entre outras coisas. Durante o "Conversa com Bial" desta madrugada, na Rede Globo, a atriz de 79 anos disse que o país está irreconhecível.
"A amizade, a fraternidade e o respeito são coisas que sinto tanta falta agora. Se você dá uma opinião em uma rede social, vem tanta gente lhe agredir e dizer coisas pesadas. O Brasil está tão dividido, tão estranho. Eu desconheço esse Brasil", desabafou Betty. "Espero que isso passe logo e que as pessoas voltem a se respeitar, sem essa paranoia de 'comunista', 'direita' ou 'esquerda'".
Em tom decepcionado, a atriz que já representou o Brasil afora inúmeras vezes conquistando prêmios internacionais, continuou: "Sabe, [Pedro] Bial, eu tinha muito orgulho do nosso país, porque fui criada ouvindo que o Brasil era o país do futuro, só que o futuro chegou e não estou orgulhosa".
Citando casos recentes como a morte do menino Miguel, de 5 anos, que caiu de um prédio em Recife após ser deixado sozinho no elevador, o drama dos índios que estão tendo as terras invadidas e sendo infectados pela Covid-19, e a banalização de crimes cometidos devido ao aumento de posse de armas, como os assassinatos de crianças por balas perdidas, Betty disse:
"O brasileiro está precisando de solidariedade e humanidade. São esses os valores que o brasileiro está precisando, porque isso tudo o que está acontecendo não é normal. É preciso ter uma reeducação moral e cívica".
Mulher do futuro
Com a novela "Tieta" de volta à telinha, em catálogo na Globoplay, Betty relembrou de sua personagem mais icônica: a própria Tieta, uma mulher que retornou à cidade natal no interior do nordeste depois de 25 anos, e mostrou aos brasileiros a força, coragem e independência da mulher autônoma e progressista.
"Eu fico tão feliz porque ela simboliza a liberdade e a esperança", comentou a atriz sobre a personagem criada por Jorge Amado no romance "Tieta do Agreste", e adaptada para a televisão por Aguinaldo Silva na novela exibida entre 1989 e 1990, na TV Globo.
Orgulhosa do papel, Betty falou: "Tieta chegou no momento em que o Brasil tinha muita esperança na renovação, na liberdade e na igualdade. Ela sempre mostrou ser contra qualquer tipo de preconceito racial, de sexo e de classe".
No programa, a atriz ainda ressaltou a importância da arte e, principalmente, do cinema nacional que vem sofrendo com o atual governo: "O Brasil precisa de educação, de saúde e de cultura. Um país sem cultura é um nada, é uma caixa de papelão".
O "Conversa com o Bial" vai ao ar de segunda à sexta-feira após o Jornal da Globo.
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