Suspeito de matar ator de 'Chiquititas' entra na lista de mais procurados
Do UOL, em São Paulo
24/07/2020 17h19
O suspeito de assassinar o ator de 'Chiquititas' Rafael Miguel e os pais do jovem, de 22 anos, entrou para a lista dos mais procurados pela Polícia Civil de São Paulo.
O comerciante Paulo Cupertino Martins, de 49 anos, é acusado de matar a tiros Miguel e seus pais, João Alcisio e Miriam Selma, assim que eles chegaram à casa de Martins, por volta das 13h55, na Estrada do Alvarenga, no bairro Pedreira, na zona sul da Capital. Os crimes aconteceram no dia 9 de junho de 2019.
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De acordo com a Polícia Civil, Matias matou o ator com 13 tiros por não aceitar o namoro do jovem com sua filha, Isabela Tibcherani Matias, de 18 anos.
Após alguns dias, as autoridades encontraram o carro do suspeito a 21 minutos de distância da delegacia, no Jardim Miriam, zona sul de São Paulo.
O veículo, um modelo Up! vermelho, foi achado na Vila Joaniza. A placa do carro havia sido clonada, ou seja, usava uma placa falsa igual a de outro automóvel.
Em outubro de 2019, a Polícia Civil de São Paulo fez uma reconstituição do crime. Na ocasião, o delegado-geral da Polícia Civil Ruy Ferraz Fontes, considerado o chefe máximo da instituição em São Paulo, chegou a afirmar após o caso que virou "questão de honra" prender Matias.
"Não diria que estamos perto [de prendê-lo], ainda é muito difícil responder. Nós estamos rastreando esse indivíduo e, com certeza, na primeira chance que tivermos, nós vamos prendê-lo. É questão de honra prendê-lo o mais rápido possível. Isso [o caso] não foi abandonado. Nós temos grupos na polícia civil que estão rastreando esse indivíduo", disse Fontes em entrevista ao "Brasil Urgente", da Band.
Na época, a Justiça considerou o foragido um risco para a vida dos seus familiares.
A juíza Débora Faitarone, titular do 1º Tribunal do Júri da capital, alegou em sua decisão que "a liberdade [de Paulo Cupertino] colocaria em risco a vida de seus filhos e esposa, que, segundo depoimentos colhidos na Delegacia de Polícia, já foram agredidos fisicamente por ele".
Em depoimento, a mãe da jovem, Vanessa Tibcherani, disse que, quando o genro chegou com os pais à residência, o comerciante puxou a filha para dentro e falou para Rafael: "Por que você não me procurou antes?". Logo em seguida, ele sacou a arma e disparou.
Os depoimentos mostraram que Cupertino era uma pessoa agressiva e tinha um relacionamento possessivo com a filha, chegando a impedi-la de ir à escola. Isabela disse que o pai mal conhecia Rafael, mas não gostava dele mesmo assim.
Irmã fala da morte de Rafael e dos pais
Camilla Miguel, irmã de Rafael Miguel, usou seu Instagram em junho de 2020 para prestar uma homenagem ao irmão e aos pais um ano após os assassinatos. Emocionada, Camila divulgou nas redes sociais um vídeo em forma de desabafo.
"Oi, mãe. Oi, pai. Oi, Rafa. Hoje faz um ano que a gente não está mais junto presencialmente. Pensei muito em escrever um texto, mas não é um dia para isso. Realmente não consigo estruturar e colocar para fora. Eu só queria conversar com vocês", começou ela.
A jovem ainda comentou que conversa com eles por meio de sonhos.
"Sinto falta e o que mais queria era isso. De alguma forma, tive um bloqueio esse ano para parar e conversar. Nos falamos um pouco em sonhos, mas muito pouco, talvez por um bloqueio meu, mas acho que a gente vence em etapas. Para quebrar esse bloqueio, resolvi fazer isso em vídeo porque, às vezes, sei que falo melhor, já que eu tenho costume."
Desabafo da namorada
Isabela chegou a fazer, no ano passado, um longo desabafo no Instagram para que seu pai, único suspeito do crime, seja encontrado e a justiça, feita. Ela ainda declarou que a polícia pode estar acobertando o caso e que as autoridades estão "do lado do criminoso".
"Vale lembrar que é clara a negligência do governo e da polícia para com o caso. O que nos leva a pensar que ele está sendo acobertado por quem queria prendê-lo. A justiça é falha, sim, por escolha. Estão do lado do criminoso e não da vítima. Enquanto for benéfico para o lado deles que ele fique solto, não teremos respostas. Nojo."