Ellen DeGeneres: como um dos nomes mais amados da TV manchou sua reputação
Em tempos de cancelamento nas redes sociais, poucas celebridades conseguem passar ilesas pelo fenômeno. Para Ellen DeGeneres, o buraco pode ser ainda mais embaixo. De acordo com a "Variety", ela terá que prestar contas a WarnerMedia, produtora de seu programa, após o início de uma investigação sobre o suposto ambiente tóxico dos bastidores da atração.
Por anos, Ellen foi um dos nomes mais queridos de Hollywood. Ela estava em todos os lugares: nos filmes infantis como "Procurando Nemo", no comando de premiações como o Oscar e, claro, em seu programa vespertino no ar desde 2003. Conhecida por seu jeito divertido e seu lema "seja amável", sua reputação está agora em xeque.
Será que Ellen não é nada do que aparenta ser?
Em abril, 30 trabalhadores do seu talk-show denunciaram para a "Variety" que seus salários tinham sido reduzidos em 60% após a suspensão das gravações por conta da pandemia. A equipe só descobriu que Ellen tinha montado um novo set dentro de sua própria mansão pelas redes sociais.
Relatos tensos dos bastidores
Meses depois, em julho, uma reportagem do "Buzzfeed News" trouxe relatos de funcionários do programa falando sobre o ambiente intimidador dos bastidores. Desde comentários racistas de produtores executivos e demissões injustificadas até casos de assédio sexual, os trabalhadores demonstraram sua indignação pelo tratamento recebido atrás das câmeras e que agora será investigado.
Produção lamenta episódios
Ao longo de quase duas décadas, 3 mil episódios e empregando mais de mil pessoas, nós conseguimos criar um espaço aberto e seguro para trabalhar. Estamos muito sentidos de saber que ao menos uma pessoa de nossa equipe teve uma experiência negativa. Isso não nos representa e não é a missão que Ellen nos designou. Levamos tudo isso com seriedade e sabemos que, como muitos estão aprendendo, precisamos melhorar e estamos comprometidos com isso.
Apresentadora fala
A própria Ellen escreveu uma carta endereçada a sua equipe e divulgada pelo "The Hollywood Reporter", dizendo se solidarizar com aqueles que se sentiram desrespeitados e atingidos.
Como alguém que foi julgada e quase perdeu tudo só por ser quem sou, entendo profundamente e tenho compaixão por aqueles que foram olhados de maneira diferente e tratados injustamente. Só pensar que um de vocês se sentiu assim é horrível para mim.
Campanha nas redes
Nas redes sociais, porém, parece que o veredito já foi dado. Há algumas semanas, a hashtag #RIPEllen, pedindo o fim de seu programa, ficou entre os assuntos mais comentados do Twitter. Por essas e outras polêmicas, Ellen é a recém-chegada ao clube dos cancelados.
Desde o ano passado, Ellen vem chamando atenção do público de maneira negativa. Sua controversa amizade com o ex-presidente George W. Bush foi confrontada por nomes como Susan Sarandon e Mark Ruffalo. Seu tratamento frio foi exposto pela blogueira holandesa Nikkie de Jagger e seu comportamento insensível, comparando sua mansão milionária a uma prisão no meio da pandemia, não foram bem vistos pelo público.
Apresentadora fez história
Ellen rompeu muitas barreiras ao se assumir lésbica ainda nos anos 1990 e sofrer com o boicote de empresas e grupos cristãos. Por sua coragem e seus trabalhos humanitários, em 2016, ela recebeu das mãos de Barack Obama a maior honraria que um cidadão dos EUA pode ter: a Medalha da Liberdade. "Uma e outra vez, Ellen nos demonstrou que um único indivíduo pode tornar o mundo um lugar mais divertido, mais aberto e mais carinhoso", disse ele.
O tempo, porém, parece dizer outra coisa sobre a reputação da um dia tão amada apresentadora. Ainda não se sabe o que acontecerá após a investigação da Warner, mas até agora, 2020 não dá sinais de trégua para Ellen.
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