Por que Hebe Camargo seria necessária na televisão ainda em 2020

Hebe Camargo faz falta. A ex-apresentadora não seria necessária apenas como apresentadora da TV brasileira. Ela tem muito a ensinar para as pessoas. Seu discurso seria perfeito para os momentos em que vivemos.

Por que estamos falando isso?

Em agosto de 1987, ela deu uma aula no Roda Viva, em uma entrevista que vira e mexe está bombando nas redes sociais.

Mas o que tanto Hebe falou há 33 anos? Vamos lá, gracinhas. A gente mostra um pouquinho do show que a ex-apresentadora deu na televisão no dia 17 de agosto de 1987.

Defensora da população LGBTQ+

Hebe foi questionada sobre defender a população LGBTQ+ no programa. Uma pessoa chegou a perguntar se ela não achava que estaria "proliferando" o tema ao falar do assunto abertamente.

Por que não defender? Eles são piores do que a gente? São seres humanos igual a gente, têm pai, mãe, irmãos, trabalham, pagam seus impostos. Fato de eu falar, não vai mudar. Ou nasce assim ou não nascem. Não é porque a Hebe Camargo falou, que vou ser. Quem tem de ser, é e pode se manifestar.

Machismo na comunicação

A ex-apresentadora relembrou sobre ter sofrido machismo em sua tentativa de entrar na televisão.

Fui muito prejudicada na minha carreira por ter gostado do Luis (Ramos). Não gostei porque era diretor. Gostei do homem. Quando a Rádio Excelsior se tornou Nacional, veio o Vitor Costa do Rio assumir. Não fui amante do Vitor Costa. Vitor gostou de uma loira que tinha cabelo da mesma cor do meu, corpo escultural que nunca tive, sempre tive essa cintura grossa.

Aborto

Hebe Camargo admitiu que fez um aborto quando era mais nova e defendeu a legalização de um tema que causa debates até os dias atuais.

O que as pessoas precisam pôr na cabeça é que não é o fato de legalizar que vai ser obrigada a fazer. Eu fiz porque achei que era uma coisa muito delicada ter um filho que teria uma irmã de um mesmo pai com outra mulher. Acho que é uma coisa muito pessoal. Não aconselho. Mas acho que cada um tem de saber o que deve fazer.

Tentativa de censura

Hebe não tinha papas na língua e abordava temas políticos no SBT. E isso fez com que ela tivesse alguns desafetos em Brasília. Inclusive, alguns tentaram calá-la em uma censura disfarçada.

Eu falei que eles deviam se preocupar com aposentados, mas achava que não estavam preocupados nem com a nova constituição e menos com população. Estavam preocupados com eleições. No dia seguinte, recebi telefone de Brasília de um colega jornalista. 'Você sabia que será processada pelo doutor Ulisses Guimarães?'. Eu não o chamaria (de pilantra), mesmo que fosse, não faz parte do meu vocabulário.

Sem papas para falar do chefe

Há quem diga que Silvio Santos, dono do SBT, sempre rema conforme a maré. No momento, sua emissora é muito próxima do governo Bolsonaro (sem partido). Há 33 anos, já era assim.

Quando fui para lá, a imagem do SBT era que era proibido falar de político. Ninguém podia falar de política porque o Silvio Santos badalava todos os governos. Pode continuar fazendo programa dele, é dono da emissora, ele badala quem ele quiser. Eu? Não.