Sepultura: 'Voltei chorando no avião', diz baixista sobre ruptura da banda
Paulo Jr., baixista do Sepultura, e o guitarrista Andreas Kisser, relembraram como foram os momentos após a traumática saída de Max Cavalera do grupo, em 1996. Pensando que seria o fim da banda, Paulo contou que voltou chorando em um voo da Inglaterra para o Brasil.
"Eu voltei do último show que fizemos juntos, no Brixton Academy, em Londres, chorando no avião", revelou Paulo durante o "Conversa com Bial", na madrugada de quinta (5). "Na hora eu pensei: 'fodeu, não sei o que vou fazer agora'".
Max, vocalista, guitarrista e membro fundador do Sepultura, deixou a banda em dezembro de 1996, poucos meses após o lançamento do álbum de maior sucesso do grupo, "Roots". Dois anos depois, o norte-americano Derrick Green assumiu o posto de cantor, onde permanece há 23 anos.
Já o baterista Igor Cavalera continuou no conjunto até 2006, quando abriu mão das baquetas do grupo e reatou a amizade com o irmão, formando um novo projeto musical com ele, o Cavalera Conspiracy, e fazendo turnês comemorativas de álbuns clássicos do Sepultura.
No programa, Andreas pontuou que eles não têm mais amizade com os irmãos Cavalera, mas que já tiveram alguns encontros esporádicos e rolou tudo bem. "Tocamos uma vez em um festival na Alemanha em que os nossos ônibus de turnê ficaram estacionados lado a lado e foi inevitável [encontrá-los]".
"Quando a gente se encontra pessoalmente é sempre muito respeitoso. O que a gente vai fazer, sair na mão? Não tem sentido isso", disse o guitarrista.
"Esse contato que temos com eles hoje em dia é muito saudável. Não somos, necessariamente, amigos de trocar ideia, mas temos esse contato através dos nossos empresários e advogados, e tem funcionado bem nos últimos tempos, pois já foi bem mais conturbado", completou Andreas.
Futuro no "novo normal"
Em fevereiro deste ano, o Sepultura lançou "Quadra", o 17º álbum da carreira que foi muito elogiado pelos fãs e pela crítica mundial especializada. No entanto, os headbangers brasucas não contavam com a pandemia do coronavírus e viram seus planos serem adiados.
"A gente ia para os EUA e Canadá durante dois meses e meio de turnê. Depois, em junho e julho iríamos para a Europa fazer os grandes festivais e já estávamos preparando Ásia para setembro. De repente, caiu tudo de uma vez", lamentou Andreas.
A princípio, as datas foram remanejadas para iniciar em março de 2021, mas segundo Paulo é preciso esperar todas as autoridades liberarem a realização dos shows, que necessitam seguir as regras de biosegurança em adaptação ao "novo normal".
"O heavy metal sem abraço não existe", brincou o baixista sobre concertos sem aglomerações.
Aposentadoria
Único integrante remanescente da formação original do Sepultura, Paulo deixou claro que não pretende se aposentar. "A aposentadoria será no caixão, quando eu for para a verdadeira sepultura", finalizou.
O "Conversa com o Bial" vai ao ar de segunda à sexta-feira após o Jornal da Globo.
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