Atriz trans protagoniza série na TV: 'Visibilidade cria consciência'
"Perdido", assinada por Paulo Tifenthaler, que estreia hoje (9), 23h, no Canal Brasil e streamings Canais Globo e GloboPlay, tem como uma das protagonistas a atriz trans Joana Couto, de 30 anos.
Carioca e multifacetada, formada em cinema e artista plástica, a atriz faz sua estreia na TV interpretando o jovem Roberto Clayton, que se assume como a mulher trans Clay. No jornal O Globo, ela reflete sobre o personagem.
"Trans sempre foram vistas como ameaça ao sistema heteronormativo. Pelo homem, que agride ou transa escondido, e pela mulher, que as vê como as que assaltam ou possíveis amantes do marido", diz Joana.
"A série procura desdemonizar. Falar disso na TV é ganhar empatia, ampliar visões que foram bitoladas pelo olhar heteronormativo machista. Somos mulheres e, antes disso, seres humanos. Não precisa gostar, mas a gente merece respeito", conta a atriz, que em "Perdido" lida com o fascínio e a agressividade pelo visual andrógino.
Na entrevista, Joana também falou sobre sua transição, que começou aos 17 anos. "Minha transição teria começado muito mais cedo se a sociedade fosse mais aberta. Conheço meninas que fazem a transição com 13 anos, são chutadas de casa e caem na prostituição", lamenta.
"Já existia mulher trans, mas eu não conhecia. Tudo aconteceu comigo sem que tivesse referência alguma. Hoje, é mais comum. Mas não entendo quando dizem "ah, tá na moda ser trans". E alguém vai vai virar trans porque está na moda? É preciso muita coragem para encarar o preconceito!"
Joana Couto diz que a mãe sempre apoiou a transição, diferente do pai, que demorou um pouco mais para aceitá-la. "Hoje, ele me chama pelo meu nome social, o que é uma vitória. Nem sei dizer o que sinto", confessa.
Casada há quatro anos com Eduardo Prado, a felicidade no amor, para ela, não foi fácil. A atriz diz enfrentou o machismo na relação e sentiu pânico pela possibilidade de ser rejeitada pela entenda.
"Gosto de conversar com as pessoas, mudar a opinião delas. Não estou dizendo que a gente tem que ter paciência com gente machista e ignorante. Mas a visibilidade, que pode até soar como clichê, é o que cria a consciência."
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