Carla Bruni revela paixão pela bossa nova: 'Sofisticada e calorosa'
A cantora, supermodelo e ex-primeira-dama da França, Carla Bruni, demonstrou ser apaixonada pela bossa nova e definiu o gênero musical brasileiro como "sofisticado e caloroso", além de ser "um estilo de música em que as pessoas cantam exatamente como ela gosta".
De sua casa em Paris, ela falou ao "Conversa com Bial" desta madrugada: "O que eu mais gosto na bossa nova é o contraste entre os acordes extremamente sofisticados - é muito difícil de tocar, não é nem de longe uma música simples - e a gentileza e doçura no jeito como os cantores usam a voz".
"É um tipo de música sofisticada e calorosa", classificou. "Foi inspirador ouvir todo um estilo em que as pessoas cantam exatamente como eu gosto", completou a cantora que teve o seu primeiro contato com a bossa nova ouvindo as canções de João Gilberto.
Insensatez
Em 2019, Carla pôde sentir um gostinho da música brasileira de perto. A convite de Mart'nália, ela participou da versão de "Insensatez", clássico de Vinícius de Moraes, para o álbum "Mart'nália canta Vinícius de Moraes". A nova releitura foi batizada de "Insensatez (Quelle Grande Sottise)".
"Ela simplesmente me convidou, e me senti tão honrada que aceitei na hora. Foi simples assim", relembrou a italiana, que não conhecia a filha de Martinho da Vila antes da gravação acontecer.
"Bom, eu sabia quem ela era, mas nunca a havia conhecido. Agora, com essa doença horrível [Covid-19] não sabemos quando voltaremos a viajar e nos encontrar novamente, mas fiquei feliz por gravar essa música com ela e foi um grande prazer gravá-la em Paris", disse.
Novo álbum
Em outubro, Carla lançou o sexto álbum de estúdio de sua carreira, todo gravado durante o isolamento social causado pela pandemia do coronavírus. De título homônimo, o trabalho é trilíngue com músicas em italiano, francês e inglês. O tema que permeia as canções é o amor.
A faixa "Your Lady", por exemplo, fala de um amor impossível. "Não é muito bom viver um amor impossível, mas é uma ótima inspiração para compor", brincou.
Dos idiomas presentes no disco, a musicista afirmou: "Tenho mais facilidade de compor em francês, mas essas duas músicas que compus em italiano e inglês foram bem fáceis, criadas de forma espontânea".
"Conservadora, não"
Na conversa, a convidada também relembrou da época em que foi primeira-dama da França e disse que nunca foi muito ligada em política por ser sonhadora demais.
"Não que eu não me interesse. Sou uma sonhadora e vivo em uma bolha. A realidade não é a minha coisa favorita, e a política está muito ligada à realidade", explicou ela.
Ainda no assunto, Carla afirmou que o casamento com Nicolas Sarcozy não a tornou uma conservadora: "Eu sou uma artista, então não sei ser conservadora, mas o meu marido não é conservador, não importa qual seja a visão política dele".
Carla e Nicolas estão casados desde 2008. Ela se tornou a 23ª primeira-dama da França entre 2008 e 2012, período em que seu marido presidiu o país europeu.
O "Conversa com o Bial" é exibido de segunda à sexta-feira após o Jornal da Globo.
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