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Mãe de Gugu diz que não queria doar órgãos do filho por medo de deformação

A família autorizou a doação de órgãos do corpo de Gugu Liberato a pedido do apresentador - Reprodução
A família autorizou a doação de órgãos do corpo de Gugu Liberato a pedido do apresentador Imagem: Reprodução

Do UOL, em São Paulo

18/11/2020 22h03

Maria do Céu, mãe do apresentador Gugu Liberato, afirmou que relutou em autorizar a doação dos órgãos do filho por medo de que o corpo ficasse deformado.

Em entrevista ao Jornal da Record de hoje, ela contou que foi convencida a liberar a doação quando explicaram que não haveria alterações no corpo. "Eu nem queria assinar, no começo, para tirarem as coisas do corpo dele porque ele iria ficar deformado", lembrou.

"Então, por isso que eu falo, as pessoas que quiserem doar, que elas não tenham medo que a pessoa vá ficar deformada, porque ela vai ficar igualzinha como ela era. O Gugu ficou igualzinho como ele era. Nem se notava que ele tinha tirado a córnea, que ele tinha tirado qualquer órgão", explicou Maria do Céu.

Hoje, ela só tem o desejo de conhecer a pessoa que recebeu o coração de Gugu. "Eu queria abraçar, queria, sei lá, queria sentir o coração dele batendo, escutar o coração dele pertinho. Já pensou, que coisa linda isso?", disse.

A irmã de Gugu, Aparecida Liberato, reforçou que o apresentador sempre quis que seus órgãos fossem doados. "Uma vez ou outra, nós havíamos conversado sobre isso e ele disse que queria. 'Ah, quando eu morrer, eu vou querer doar meus órgãos, fazer o bem para outras pessoas'", lembrou.

"Era uma situação muito difícil porque foi uma perda nossa muito dolorosa e foi uma decisão tomada no hospital. Já estava reconhecida a morte encefálica e vieram nos procurar", contou Aparecida.

#GuguVive

Na sábado (21), a morte de Gugu Liberato completará um ano e os familiares do apresentador vão lançar uma campanha de incentivo à doação de órgãos em homenagem a ele chamada #GuguVive.

Amancio, outro irmão de Gugu, contou que a equipe médica disse que a doação poderia beneficiar até 50 pessoas diferentes. "Eles aproveitam o que puder ser aproeitado para outras pessoas", disse.

Na entrevista, os irmãos lembraram que é preciso que a pessoa manifeste e deixe reforçado o desejo de doar órgãos enquanto ainda esteja viva, para que não reste dúvida à família. "Quem sobrevive não se sente muito no direito de fazer essa doação se a pessoa que morreu não se manifestar", afirmou Amancio."Que as pessoas expressem seu desejo de doar os órgãos depois da sua morte física e que as pessoas cumpram a vontade do familiar que falece para que cada vez mais gente possa sobreviver com esses órgãos", disse Aparecida.