Datena: "Vandalismo é inaceitável, mas matar uma pessoa é execrável"
José Luiz Datena, no Brasil Urgente, da Band, criticou duramente neste sábado (21) aqueles que estão relativizando a morte por espancamento de José Alberto Silveira Freitas , o Beto, em uma loja do Carrefour na zona norte de Porto Alegre, na noite de sexta (19), em virtude de alguns episódios de depredação durante os protestos contra o crime que aconteceram ontem — Dia Nacional da Consciência Negra.
"É claro que eu tenho que repudiar o vandalismo, isso é inaceitável, mas mais inaceitável ainda é um lugar público, que recebe clientes, matar uma pessoa, que é um cliente, dessa maneira, isso é o mais execrável", afirmou.
Em seguida, o apresentador classificou como racista o crime em Porto Alegre e criticou a relativização da violência por causa da destruição ocorrida no protesto em uma loja do Carrefour nos Jardins, em São Paulo: "o que não justifica é ter um ato racista, canalha e assassino e de repente querer inverter a história das coisas", disse o apresentador.
Para Datena, os autores do crime devem seguir presos e não podem responder em liberdade. Para o apresentador, o supermercado também deve responder na Justiça, pois "certamente tem responsabilidade".
O apresentador defendeu que empresas sejam responsabilizadas por crimes que ocorram no interior dos estabelecimentos.
Para ele, empresas como o Carrefour, shoppings e outros lugares em que ocorreram violência contra negros no país devem ser revistos, pois "não é a primeira vez".
Ao comentar as semelhanças do caso de Beto com o do segurança George Floyd, morto por policiais em Minnesota, EUA, lembrou que os protestos na América do Norte começaram justamente pela qualificação inicial do caso como crime culposo (sem intenção de matar).
"É fácil contratar pessoas que matam alguém que foi comprar pudim dessa maneira", disse. "Proteger patrimônio de alguém não significa matar gente inocente. É uma violência absurda e inaceitável", disse ele.
Para Datena, negar que não houve racismo no caso "é negar uma imagem e negar a história do Brasil". "Se não fosse o racismo e a truculência que ocorreu em Porto Alegre não teria havido a depredação", disse.
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