Mansão de Gugu em SP permanece intacta um ano após a sua morte

Mesmo após um ano da morte de Gugu Liberato, sua mansão, situada em Barueri, na Grande São Paulo, continua intacta. Os quadros, os porta-retratos de família, os troféus recebidos, os itens de escritório e o carro preferido; nada foi removido para resguardar a memória do apresentador. Até Lili, a calopsita que era seu xodó, continua vivendo solta na casa.

Com autorização da família do apresentador, a Record foi a primeira emissora de TV a entrar na residência depois de seu falecimento, e exibiu neste domingo (22), no "Câmera Record", imagens inéditas do local. Arquivos raros e emocionantes de sua vida também foram mostrados.

O primogênito de Gugu, João Augusto, de 19 anos, esteve na mansão com a reportagem. Desde a morte de seu pai, ele não tinha entrado na casa ainda. Emocionado, disse: "Esse é um lugar que eu sempre espero encontrar o meu pai, e, chegar aqui e não ver ele, dói".

João continuou: "Quando eu entro no escritório, tento não pensar na dor. Tento pensar nas memórias boas, na época em que eu sentava no sofá com ele, a gente comia um sanduíche e ele me ajudava na lição. Não sei como, mas ele sempre escolhia os melhores filmes para a gente assistir".

Lili, a calopsita que era o xodó de Gugu, continua vivendo solta no escritório de seu dono, assim como era quando ele estava vivo. Segundo a família, a ave tem cerca de 15 anos de idade.

O bichinho era tão querido por Gugu, que ele armazenava centenas de vídeos com ele em seu celular. Em um momento de carinho e interação entre os dois, mostrado no programa, o apresentador falava: "Outro dia eu estava deitado no sofá e a Lili estava deitada em mim. De repente, ela dormiu também. Eu levei um susto".

Parceiro de estrada

Outro xodó do apresentador também foi exibido no especial: um carro da marca Lincoln, de cor prata e que foi importado dos EUA.

O automóvel espaçoso por dentro, que possuía senha para abrir as portas e TV para os passageiros que viajavam no banco traseiro, era dirigido por Nilton Moura, motorista particular de Gugu por 25 anos.

"Eu lembro como se fosse hoje esse carro chegando na casa dele", comentou Nilton durante o programa, e recordou do momento: "A primeira volta foi eu e ele que demos, e ele ficou que nem criança quando ganha um brinquedo novo".

"O próprio nascimento do João foi nesse carro. Eu os levei até o hospital no veículo" revelou Nilton sobre a importância do automóvel que rodou mais de 150 mil quilômetros com o apresentador e nunca mais foi ligado após a sua morte. Atualmente, segue estacionado na mansão.

O motorista ainda exaltou a generosidade que Gugu exercia com ele. "Quando eu falei que queria estudar, ele me disse: 'pode procurar, vê o que você quer fazer, que eu vou te ajudar'. Ele fez questão de pagar", contou Nilton, que cursou propaganda e marketing.

Paizão coruja

Com imagens raras de arquivos pessoais, o programa reafirmou o quanto Gugu se importava com a família, principalmente com os filhos, sendo um verdadeiro "paizão coruja". Ele filmava praticamente todos os momentos importantes das vidas de João Augusto e das gêmeas Marina e Sofia Liberato, de 16 anos.

Festas de aniversários, passeios de carros, dias de pesca e muitas viagens eram registradas pelo apresentador. Durante uma ida à Utah, nos Estados Unidos, todos aproveitaram o dia de inverno rigoroso para brincar na neve.

"Nesse dia estava nevando muito e a gente resolveu fazer um boneco de neve. Foi uma surpresa que preparamos para o nosso pai, para que ele ficasse orgulhoso da gente", relembrou Sofia durante a reportagem.

À procura do coração

Aos 91 anos, Dona Maria do Céu, mãe de Gugu, lamentou a perda do filho em uma rápida aparição no programa: "É muito triste. São muitas lembranças boas, mas quando me lembro da morte dele até hoje eu não me conformo".

Ela também reforçou o desejo de querer conhecer a pessoa que recebeu o coração de Gugu. "Eu só quero encontrar a pessoa que recebeu o coração. Quero sentir o coração batendo, sentir que ele está vivo", afirmou.

Gugu faleceu no dia 21 de novembro de 2019 por morte encefálica após sofrer uma queda de quatro metros de altura do sótão de sua casa em Orlando, na Flórida, EUA, enquanto tentava trocar o filtro do ar-condicionado.

No testamento, o apresentador não incluiu a mãe de seus filhos, Rose Miriam di Matteo, não a reconhecendo como companheira em união estável e, consequentemente, como uma das herdeiras de seus bens. Rose recorreu à justiça para ser reconhecida e ter direito à metade da herança, que está avaliada em R$ 1 bilhão.

Nesta semana foi inaugurada a "Gugu Vive", campanha criada pela família do apresentador para incentivar os brasileiros a se tornarem doadores de órgãos, assim como Gugu, que doou todos os órgãos.