Colega de Waldemar Neto condena atitude, mas reforça: 'Nunca me assediou'

Após a demissão do apresentador Waldemar Neto, apresentador da TV Anhanguera, afiliada da Rede Globo em Goiás, por expor uma mulher nua sem consentimento nos Stories do Instagram, sua colega no programa 'No Balaio', Ana Clara Paim, se pronunciou nas redes sociais, condenando sua atitude.

Ana Clara disse que já estava afastada de Waldemar há um bom tempo e que não passaria pano para as atitudes dele. Em papo com o UOL, Ana não deu mais detalhes sobre os motivos do afastamento entre os dois, mas garantiu que não sofreu assédio por parte dele.

Ele nunca me assediou, nunca teve um comportamento parecido com o desse episódio comigo. Nossa relação sempre foi muito profissional. Ele tem o jeito bruto, machista, de Goiás, que precisa mudar. Até porque se tivesse rolado algo nesse nível comigo, eu já teria falado. Ele nunca tentou ficar comigo

No vídeo, postado no fim de semana, o humorista gravou, do celular, uma mulher nua, que aparentemente não percebia estar sendo filmada. Além de dar zoom nas partes íntimas da jovem, mostrou seu rosto.

Ana acredita que o episódio deve inspirar uma reflexão nos homens sobre comportamentos abusivos perante as mulheres. "Eu não quero levar a culpa para homens goianos. Acho que homens, em geral, devem mudar. Não é nada relacionado ao homem goiano em si. É, sim, uma capital com pessoas que têm a cabeça mais fechada, mas é importante que todos conversemos com parentes, pais, para desconstruir esse assunto", opina.

Mulheres mais fortes

Diante do episódio, Waldemar foi dispensado do programa e até sua assessoria de imprensa rompeu contrato com ele. Procurado pelo UOL, o humorista não se pronunciou até a publicação desta reportagem. Ana Clara diz que a equipe do 'No Balaio' se pronunciará oficialmente sobre o acontecido no fim de semana, mas estão prontos para seguir em frente.

Estamos dando nosso jeito de nos reorganizarmos. Estamos muito otimistas, o programa é feito por gente goiana, histórias de vida, não queremos acabar com isso, ele continua de pé. A gente consegue tocar o barco. Fica de lição. Depois, assunto encerrado.

A apresentadora deseja que o episódio sirva de exemplo para que outras mulheres se unam contra situações de assédio e denunciem casos como esse. "A cada vez que uma mulher fala de uma vulnerabilidade sua, outra se inspira e se cura. Hoje, temos uma rede de apoio muito maior. Se não tivesse a primeira, não teríamos a segunda, as outras. Acho importante a gente se unir. Acontece em todo lugar e desde sempre, mas nunca se falou sobre isso", conclui.