Freddie Mercury e a Aids: cantor já sabia que estava prestes a morrer
Em novembro de 1991, aos 45 anos, Freddie Mercury sabia que estava perto da morte. O músico era portador do vírus HIV e morreu vítima de uma broncopneumonia no dia 24 daquele mês, poucos dias depois de interromper a medicação para a Aids — ele sentia que os remédios da época, que o mantinham vivo, também limitavam sua vida.
Por isso, em 10 de novembro de 1991, Freddie decidiu que queria "reassumir o controle" sobre o próprio corpo e estava ciente de que isso eventualmente resultaria em sua morte.
Ele sabia que a morte estava vindo, essa é a questão. Duas semanas antes do fim, ele decidiu que não queria mais as drogas que o mantinham vivo. A partir daí, ele sentiu que estava no controle, embora a doença o estivesse matando.
- Peter Freestone, amigo de Freddie
O vocalista do Queen ainda não havia revelado ao mundo que era soropositivo, mas entendeu que precisava tornar isso público logo: Freddie sabia que morreria em breve e não queria que as pessoas pensassem que a Aids era uma vergonha para ele.
Se ele quisesse mesmo promover conscientização global sobre a doença, este era um segredo que não poderia manter até sua morte. Freddie queria revelar o diagnóstico antes que alguém pudesse "desmascará-lo".
Segundo os amigos próximos, a decisão de abrir o jogo na imprensa o deixou em paz consigo mesmo.
Por isso, um dia antes de morrer, ele divulgou esta nota:
Eu quero confirmar que testei positivo para o vírus HIV e que tenho Aids. Eu guardei essa informação até agora para proteger a privacidade das pessoas à minha volta. No entanto, chegou a hora de meus amigos e fãs ao redor do mundo saberem a verdade. E eu espero que todos se juntem a mim, meus médicos e ao mundo todo na luta contra esta terrível doença.
- Freddie em 23 de novembro de 1991
Como se sabe, a Aids é uma doença capaz de danificar o sistema imunológico e prejudicar a luta do organismo contra outras infecções; por causa dela, Freddie morreu de broncopneumonia. Não existe cura para o HIV, mas, hoje em dia, com o tratamento adequado, pessoas portadoras do vírus podem passar a vida toda sem ativar a doença.
Na época, Freddie sofreu muito por ter demorado para receber o diagnóstico. Brian May, guitarrista do Queen, revelou que o amigo já tinha perdido parte de um pé por causa da Aids.
O pé dele era um problema sério. Tragicamente, pouca coisa restava deste pé. Ele nos mostrou em um jantar uma vez e pediu desculpa: 'Sinto muito por ter chateado vocês com essa imagem'. Eu disse: 'A única coisa que me chateia é pensar que você precisa lidar com essa dor terrível, Freddie'.
- Brian May, guitarrista do Queen, ao The Sunday Times
Diante dos preconceitos da sociedade e do tabu em torno da Aids —que eram ainda mais fortes na época—, Freddie Mercury manteve a doença em segredo até seus últimos dias de vida. E a privacidade continuou sendo importante para ele mesmo depois da revelação:
O cantor queria ter paz em sua morte.
Por isso, Freddie teve seu corpo cremado, e a amada Mary Austin (ex-namorada e grande amor da vida dele) é a única pessoa que sabe onde estão as cinzas.
O filme "Bohemian Rhapsody", que a Globo exibe hoje na "Tela Quente", conta parte da história do astro do Queen.
Porém, nem tudo que é mostrado pelo longa-metragem é verdade.
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