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De assédio a bulimia: Relembre debates importantes levantados pelo BBB

Marcos Harter foi acusado no BBB 17 de agredir Emily e levantou a questão do relacionamento abusivo - Reprodução/TV Globo
Marcos Harter foi acusado no BBB 17 de agredir Emily e levantou a questão do relacionamento abusivo Imagem: Reprodução/TV Globo

Colaboração para o UOL, em Santos

29/12/2020 04h00

O BBB 21 tem estreia programada para o próximo dia 25 de janeiro, e fãs já se questionam sobre os debates que surgirão da "casa mais vigiada no Brasil".

A última edição do programa foi marcada por discussões sobre assédio sexual — as acusações recaíram sobre Petrix Barbosa e Pyong Lee —, enquanto o programa de 2019 é lembrado por debates sobre racismo, sobretudo acerca de falas controversas da campeã, Paula Sperling.

O Big Brother Brasil serviu, ao longo de suas 20 edições, de plataforma para evidenciar questões importantes que vão além da formação de paredões e de casais midiáticos.

De bulimia a racismo estrutural, passando por transexualidade e relacionamentos abusivos, relembre temas importantes que foram levantados pelo BBB.

Bulimia

Leka, ao revelar no primeiro BBB que sofria de bulimia, transtorno alimentar em que a pessoa alterna consumo incontrolável de comida e vômitos, abriu caminho para discussões sobre o assunto.

Recentemente, Leka disse estar "melhor" do que na época do BBB. "Na época, fui a primeira a falar abertamente, e falaram à exaustão", relembrou no programa "Altas Horas", em fevereiro.

Ela escreveu um livro dedicado à sua experiência com o transtorno.

Transexualidade

Ariadna Arantes foi a primeira e única pessoa transexual a participar do BBB, em 2011 - Reprodução/TV Globo - Reprodução/TV Globo
Imagem: Reprodução/TV Globo

Ariadna Arantes foi a primeira e única pessoa transexual a participar do BBB, no ano de 2011, época em que havia ainda mais desinformação sobre o assunto.

Mesmo que de forma não deliberada, a ex-BBB tornou visível para muitos a existência de pessoas que não se identificam com o gênero biológico.

A modelo posou nua para a Playboy e, mais tarde, disse ter ganhado um cachê menor do que o de modelos cisgêneros (mulheres que se identificam com o "gênero biológico").

Estupro

Daniel Echaniz foi acusado de estupro da colega Monique no BBB 12 - Reprodução/TV Globo - Reprodução/TV Globo
Imagem: Reprodução/TV Globo

No BBB 12, o participante Daniel Echaniz se enfiou debaixo do edredom de Monique Amin, depois de uma noite de bebedeira da colega, e fez movimentos que, para alguns espectadores, eram os de um ato sexual.

A cena levantou discussões sobre o que configura um estupro. Para especialistas, ficou claro que Monique, estando alcoolizada e incapaz de reagir aos avanços do brother, teria sido estuprada caso Daniel tivesse de fato se aproveitado de sua embriaguez.

Ambos deram depoimentos à polícia e negaram que houve contato sexual.

Relacionamento abusivo

A máxima "em briga de marido e mulher, não se mete a colher" foi posta à prova quando o médico Marcos Harter foi acusado, no BBB 17, de ter agredido a namorada no confinamento, Emilly.

Em uma discussão do casal, Marcos gritou com a parceira, colocou seu dedo no rosto dela e apertou seu pulso, deixando marcas roxas. Ele foi expulso do reality em razão das cenas e levantou o debate fora da casa sobre relacionamentos abusivos.

Assédio sexual

Assédio sexual foi um tema quente no BBB 20. O ginasta Petrix Barbosa foi acusado de apertar os seios de Bianca Andrade, a Boca Rosa, e de ter esfregado os genitais em Flayslane Raiane. O hipnólogo Pyong Lee, por sua vez, teria tentado beijar Marcela McGowan à força.

Fora do programa, alguns espectadores não só pediram a expulsão dos participantes, mas também os acusaram do crime de importunação sexual. Outras pessoas, no entanto, não viram "nada de errado" com as cenas.

Depois de serem ouvidos pela polícia, ambos foram liberados das acusações.

Racismo estrutural

Paula Sperling, décima terceira participante do "BBB19" - Reprodução/TV Globo - Reprodução/TV Globo
Imagem: Reprodução/TV Globo

O tema do racismo, abordado em diversas edições do reality, ficou bastante evidente no BBB 19. O programa tinha quatro negros entre os participantes — Rodrigo, Danrley, Gabriela e Rízia.

A mineira Paula Sperling, que viria a ser campeã, disparou uma série de frases consideradas preconceituosas ao longo do programa, gerando acalorados debates fora da casa. Em determinado momento, disse que o cabelo de Elana era "ruim" e ouviu de Gabi que "ruim" era o preconceito dela.

Paula criticou ainda a política de cotas raciais dizendo que o sistema era "uma forma de racismo do estado". Contou ainda que ficou surpreendida ao saber que o autor de um feminicídio era branco e não negro.

Fora da casa, muita gente contemporizou as falas de Paula, com o argumento de que a sister não "falava por mal". Militantes negros, porém, levantaram o debate sobre racismo estrutural e os preconceitos enrustidos que permeiam a sociedade.

Houve gente que considerou a vitória de Thelma Assis, militante negra, na edição seguinte, uma forma de redenção à vitória de Paula.

Intolerânia religiosa

Paula foi a campeã de polêmicas no BBB 19. Além de ser acusada de racismo, a sister foi indiciada por intolerância religiosa

De acordo com a Polícia Civil do Rio de Janeiro, ela praticou o crime contra Rodrigo ao dizer no programa ter "medo" do brother. "Ele mexe com esses trecos... ele sabe cada Oxum deles lá. Nosso Deus é maior", disse.

Ela teve o inquérito arquivado, mas as palavras repercutiram negativamente fora do reality.