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Leo Jaime faz aulas de balé e desabafa: 'O gordo é julgado'

Leo Jaime durante suas aulas de balé  - Reprodução/Divulgação
Leo Jaime durante suas aulas de balé Imagem: Reprodução/Divulgação

Colaboração para o UOL, em São Paulo

12/01/2021 09h58

Leo Jaime se tornou uma das maiores sensações da internet dos últimos tempos ao compartilhar um pouco das suas aulas de balé no Instagram. Combatendo o machismo e a gordofobia, ele dá um show de elegância, talento e representatividade nas suas aulas, que acontecem no Rio.

Em um bate-papo exclusivo para a nova coluna de Ju Ferraz, da revista Vogue, o cantor afirma que a dança ajuda a aproveitar seus 60 anos com mais disposição.

Leo Jaime conta que já havia feito aulas de balé quando era mais novo e que a participação na "Dança dos Famosos" no "Domingão do Faustão" influenciou na decisão de voltar a praticar a dança.

"Eu já tinha feito quando era bem novo, mas, depois de parar nunca mais tinha voltado. A Debora Colker já tinha me chamado para fazer umas aulas lá na escola dela, mas eu sempre dizia para mim mesmo que não tinha mais idade, que não tinha o corpo ideal. Mas essa mentalidade mudou depois que eu participei da Dança dos Famosos, no Faustão. Ali eu me libertei e vi que eu podia dançar o que quisesse. Depois do Dança, fiz aula de hip hop, de sapateado até que comecei a fazer bale clássico há uns dois anos. Por conta da pandemia, eu fiquei parado por alguns meses e, agora retomei e não pretendo mais deixar de lado. Tem me feito um bem danado para o corpo e para a alma", diz ele.

Leo falou também sobre os desafios de praticar a dança. "Quando eu fiz a primeira vez, no final da adolescência, eu tinha mais disposição, mais fôlego e flexibilidade. Agora, os processos são mais lentos. Mas eu também não tenho pressa e nenhuma meta agora, a não ser curtir o percurso. Eu super levo a sério, sou aplicado, me esforço para fazer tudo direito, mas não tenho objetivo de ser bailarino, por exemplo. O meu único objetivo com o balé é estar ali sendo feliz."

Sobre os comentários preconceituosos, o cantor conta que se tornam pequenos perto do tanto de incentivo e de depoimentos legais que tem recebido. "Acho injusto dar foco para essa minoria. Mas tem uma coisa interessante sobre a gordofobia, que a pessoa acha que a "crítica" é para o seu bem. A pessoa te humilha, te coloca para baixo, mas diz que está dizendo aquilo para o seu bem. Eu vou te destruir para o seu bem, sabe? É aí que a gente percebe que todo mundo se sente pressionado pelos padrões de beleza. Até as pessoas que estão dentro do padrão, estão sofrendo pressão. E aí passam a te julgar moralmente. O gordo é julgado como mau caráter, que não tem força de vontade, que não tem vergonha na cara", refletiu ele.